Olá gente, tudo bem?
Pedi pra um amigo "escritor","poeta" e, acima de tudo, "eleitor" escrever um texto sobre o momento atual que vivemos. Estou falando da crise hídrica, a maior da história. Veja só o resultado. Parabéns por tamanha sensibilidade e cuidado com as palavras, citações,brincadeiras e consciência.
O importante é estarmos conscientes, não nos calarmos nunca, não esquecermos que, apesar de tudo, devemos exercer cidadania.
Ah, adianto aqui o link da fanpage do Projeto Rio Vivo da Band. https://www.facebook.com/projetoriovivo?fref=ts
Leiam o texto abaixo, vale a pena!
Atentaram para a riqueza literária de nossos políticos? Em lugar de corrupção... “malfeitos”. Em lugar de Caixa Dois... “recursos não contabilizados”. Em vez de roubalheira desenfreada... “deslizes”. E não temos prejuízo, mas sim “crédito negativo”. Apagão? “Desligamento estratégico”. Fundo do poço agora é “reserva técnica”. E por aí vamos.... agora, em lugar de racionamento de água... “restrição hídrica”.
Realmente o político brasileiro é um malandro de marca maior. Desculpem. Melhor dizendo, é um “espertinho com grife”. Mas, num país onde a mentira deslavada garante reeleição e criminoso julgado e preso vira herói.... tudo é possível.
A desgraça da vez, agora, é a muito provável falta de água. Culpa de ninguém, é claro. No pensar “deles”, São Pedro devia ser punido com “todo o rigor da lei”. Quem é o responsável por não chover nos lugares certos? Claro que as “zelites” também são culpadas, pois afinal, querem desestabilizar o governo. A mídia adotou o “slogan” que era “deles”: “Quanto pior, melhor”. É muito fácil culpar o outro por nossos “deslizes e malfeitos”. Apontar o dedo, culpando o próximo, é a melhor saída. Aliás, isto é bíblico. Quando Adão foi inquirido por Deus sobre o porquê ter comido o fruto proibido, logo apontou o dedo para Eva. “Ela que insistiu”, disse ele. E Eva, como não podia deixar de ser, logo apontou o dedo para a serpente. “Ela que me tentou”, respondeu. E a serpente só não apontou o dedinho culpando um outro porque cobra não tem dedo para apontar.
Voltemos a água, porém. Antes que ela acabe, seria interessante relacionar algumas medidas úteis e práticas para reduzir consideravelmente o consumo do precioso líquido. Vejamos:
Dicas de economia
- Substitua o chuveiro por um conta-gotas. No banho, despeje dez gotinhas sobre a cabeça. Nada de quinze ou vinte.. Não seja exagerado. Racionar é preciso. Só depois de ensaboado é que despeje mais dez gotinhas para tirar o sabonete. Isso basta. Pode ser que não tenha ficado muito limpo, mas sua consciência está mais branca que as neves do Kilimandjaro.
- Regar as plantas só quando for beber água. Lembra-se que o pessoal chegado a uma cachacinha sempre derrama o primeiro gole para o santo? Pois então. Derrame o primeiro gole d’água para o vaso. Se a água não salvar a planta, quem sabe o santo salva?
- Varrer a calçada com o mangueira pode. Desde, é claro, que a mangueira esteja desconectada da torneira. Basta você empurrar as folhas e papéis do chão com o bico do esguicho. Pode ser mais um pouco demorado, mas pense nas calorias que você estará perdendo com este esforço redobrado.
- As roupa sujas não devem ser lavadas. Imagine! Pendure-as no varal e espere pela chuva. Se não chover... lembre-se que a culpa não é sua. É de São Pedro.
- E, se por uma felicidade chover, trate de captar toda a água que desabar do céu. Se não fizer isso, sua vida será um inferno. Use caixas d’água, tinas, bacias, baldes, panelas, garrafas, copos, canecas e até mesmo um dedal (será que a geração de hoje sabe o que é um dedal? Deduzo que não).
Tulipa de 19 metros/Paraibuna
Triste é ver os reservatórios, as represas, as lagoas e até mesmo os rios, definhando dia a dia. Afinal, não temos mais Cantareira, mas sim, Quantareia. E no rastro da falta de água virá a falta de energia. Acho que é uma estratégia do governo: com tudo escuro, o povo não verá a sujeira alheia (e nem a sua).
Drástico, eu? Pessimista? Apocalíptico? Chegará, enfim, o dia em que a água faltará? A expectativa é enorme! Os mais otimistas já estão querendo trocar de lado. Mais cedo ou mais tarde, estaremos vivenciando um grande e doloroso momento de nossa história. Inesperado, inimaginável, incrível, mas... batendo às nossas portas estará o fantasma da falta do bem mais precioso deste planeta: a Água. E se você me perguntar se não estou sendo exagerado, eu lhe responderei com as mesmas palavras de uma querida amiga, famosa jornalista da Band Vale: “Espere pra ver".
Por Diogo Vinhas /diogusvinus@yahoo.com.br