sábado, 31 de janeiro de 2015

RESTRIÇÃO HÍDRICA


Olá gente, tudo bem?
Pedi pra um amigo "escritor","poeta" e, acima de tudo, "eleitor" escrever um texto sobre o momento atual que vivemos. Estou falando da crise hídrica, a maior da história. Veja só o resultado. Parabéns por tamanha    sensibilidade e cuidado com as palavras, citações,brincadeiras e consciência. 
O importante é estarmos conscientes, não nos calarmos nunca, não esquecermos que, apesar de tudo, devemos exercer cidadania.
Ah, adianto aqui o link da fanpage do  Projeto Rio Vivo da Band. https://www.facebook.com/projetoriovivo?fref=ts

Leiam o texto abaixo, vale a pena!


 Atentaram para a riqueza literária de nossos políticos?  Em lugar de corrupção...  “malfeitos”.  Em lugar de Caixa Dois...  “recursos não contabilizados”.  Em vez de roubalheira desenfreada... “deslizes”. E não temos prejuízo, mas sim “crédito negativo”.  Apagão?  “Desligamento estratégico”. Fundo do poço agora  é “reserva técnica”.   E por aí vamos.... agora, em lugar de racionamento de água... “restrição hídrica”.
        Realmente o político brasileiro é um malandro de marca maior. Desculpem. Melhor dizendo, é um “espertinho com grife”.  Mas, num país onde a mentira deslavada garante  reeleição e criminoso julgado e preso vira herói.... tudo é possível.
        A desgraça da vez, agora, é a muito provável falta de água.  Culpa de ninguém, é claro.  No pensar “deles”, São Pedro devia ser punido com  “todo o rigor da lei”.  Quem é o responsável por não chover nos lugares certos?  Claro que as “zelites” também são culpadas, pois afinal, querem desestabilizar o governo.  A mídia adotou o “slogan” que era “deles”:  “Quanto pior, melhor”.  É muito fácil culpar o outro por nossos “deslizes e malfeitos”.  Apontar o dedo, culpando o próximo, é a melhor saída. Aliás, isto é bíblico.  Quando Adão foi inquirido por Deus sobre o porquê ter comido o fruto proibido, logo apontou o dedo para Eva. “Ela que insistiu”, disse ele.  E Eva, como não podia deixar de ser, logo apontou o dedo para a serpente. “Ela que me tentou”, respondeu.  E a serpente só não apontou o dedinho culpando um outro porque cobra não tem dedo para apontar.
        Voltemos a água, porém. Antes que ela acabe, seria interessante relacionar algumas medidas úteis e práticas para reduzir consideravelmente o consumo do precioso líquido. Vejamos:
                                            Dicas de economia
- Substitua o chuveiro por um conta-gotas. No banho, despeje dez gotinhas sobre a cabeça. Nada de quinze ou vinte.. Não seja exagerado. Racionar é preciso. Só depois de ensaboado é que despeje mais dez gotinhas para tirar o sabonete. Isso basta. Pode ser que não tenha ficado muito limpo, mas sua consciência está mais branca que as neves do Kilimandjaro.
- Regar as plantas só quando for beber água. Lembra-se que o pessoal chegado a uma cachacinha sempre derrama o primeiro gole para o santo?  Pois então. Derrame o primeiro gole d’água para o vaso.  Se a água não salvar a planta, quem sabe o santo salva?
- Varrer a calçada com o mangueira pode. Desde, é claro, que a mangueira esteja desconectada da torneira. Basta você  empurrar as folhas e papéis do chão com o bico do esguicho. Pode ser mais um pouco demorado, mas pense nas calorias que você estará perdendo com este esforço redobrado.
- As roupa sujas não devem ser lavadas. Imagine!  Pendure-as no varal e espere pela chuva. Se não chover...  lembre-se que a culpa não é sua. É de São Pedro.
- E, se por uma felicidade chover, trate de captar toda a água que desabar do céu. Se não fizer isso, sua vida será um inferno. Use caixas d’água, tinas, bacias, baldes, panelas, garrafas, copos, canecas e até mesmo um dedal (será que a geração de hoje sabe o que é um dedal?  Deduzo que não).
                               Tulipa de 19 metros/Paraibuna

        Triste é ver os reservatórios, as represas, as lagoas e até mesmo os rios, definhando dia a dia. Afinal, não temos mais  Cantareira, mas sim, Quantareia. E no rastro da falta de água virá a falta de energia. Acho que é uma estratégia do governo: com tudo escuro, o povo não verá a sujeira alheia (e nem a sua).
        Drástico, eu?  Pessimista?  Apocalíptico?   Chegará, enfim, o dia em que a água faltará? A expectativa é enorme!  Os mais otimistas já estão querendo trocar de lado.  Mais cedo ou mais tarde, estaremos vivenciando um grande e doloroso momento de nossa história.  Inesperado, inimaginável, incrível, mas... batendo às nossas portas estará o fantasma da falta do bem mais precioso deste planeta: a Água.  E se você me perguntar se não  estou sendo exagerado, eu lhe responderei com as mesmas palavras de uma querida amiga, famosa jornalista da Band Vale: “Espere pra ver".

Por Diogo Vinhas /diogusvinus@yahoo.com.br

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Terra dos Escravos,terra da história,terra de minha mãe

Olá gente,hoje vou me permitir viajar em uma história pela qual me encanto.                         Recentemente, falei em meu blog sobre meu pai,hoje vou me apaixonar em apenas algumas linhas ao falar de minha mãe.Digo isso,pois fui até a terra natal dessa danada,São José do Barreiro.
                                         
                                                     Acessos à cidade de São José do Barreiro


A primeira impressão pelas fotos é de que voltamos no tempo.Alguns minutos mergulhada na simplicidade do lugar e no olhar cativante das pessoas,dá pra entender porque dona Maria de Barros Paula Santos ou,simplesmente,Dona Paula é tão meiga e apaixonante.São José do Barreiro é linda,guerreira .

                                                 Dona Paula,70 anos de muita alegria e luta.

Sem se quer descer do carro me apaixonei.Minha amada mãe nasceu lá em 7 de julho de 1944.Na verdade,há um mistério.Ela diz que nasceu na divisa entre Areias e São José do Barreiro.Mas o amor é tanto que para um coração de mãe duas pequenas cidades cabem sem problemas e ainda sobra espaço para outras 37 da Região Metropolitana do Vale.Disse há pouco que não desci do carro,não por preguiça,mas sim porque nosso destino final era Bananal.Depois de 2h30 chegamos à Fazenda dos Coqueiros.Construção que data de 1855 .No local,havia grandes Barões do Café.
                                                  Entrada da Fazenda dos Coqueiros

.Mas a atividade era só fachada , o que os senhores lucravam era com o tráfico de escravos,mesmo após a Lei Áurea,que determinou o fim da escravidão.
O que me encantou foi saber que a herdeira da fazenda,dona Beth, e esposo dela,Guga,resolveram valorizar a história do negro no Brasil.Homens que sofreram em senzalas e que ressignificaram momentos ruins.Do porão da casa, criaram a capoeira e o jongo.Viram que pra viver bastavam a luta e a alegria.
                                                      Senzala, com 1.55 de altura.
                                                               Escravos tinham entre 1.80 e 1.90 de altura
                                                     Classificados dos jornais da época
                                                Cofre onde eram guardadas cartas de alforria


A todos nós que temos sangue negro nas veias fica a lição de que se fazer de vítima quando se tem garra e voz não é o melhor caminho.
Concluo dizendo que a Fazenda dos Coqueiros é um belo tapa na cara dessas cotas raciais ou qualquer algo que diga que entre brancos,pardos e negros há diferença.Todos defecamos,precisamos de médicos e quando morremos apodrecemo e  viramos pó.
Palmas para minha mãe linda que nunca fraquejou,palmas para a  simplicidade de São José do Barreiro e palmas para os negros que deram e dão  vida a este país de homens fortes e trabalhadores.
Vamos lutar,vamos vencer!

A carta

Era para ser só uma carta. Mas cada linha escrita traz a intensidade dos pensamentos de um pai, que se viu num acontecimento divisor de ág...