segunda-feira, 25 de novembro de 2024

A carta

Era para ser só uma carta.
Mas cada linha escrita traz a intensidade dos pensamentos de um pai, que se viu num acontecimento divisor de águas.
O ano era 2009. O mesmo em que nosso amado pai João Batista descobriu o câncer. Ele havia voltado de uma formação espiritual, em que foi lhe cobrado expor sentimentos.
Até aquele exato momento ele não era de falar muito. A doença veio como um rompimento bruto no jeito vivido por ele até ali.
A partir daquele exato diagnóstico, algo mudou.
E por mais que ele tenha passado a falar de seus sentimentos a partir daquele dia, que tenha permitido a nós, seus discípulos, o abraço mais forte e profundo do mundo, nunca vamos saber o que de fato passava por aquela cabeça. Quantas expectativas, frustrações, medos, alegrias, arrependimentos, realizações...

Tudo tão desconhecido como o universo.

Isso! O pai era um universo de momentos, grandes e pequenos. E os tivemos, sorte a nossa!

A partir do tratamento do câncer, ele nos possibilitou chegar mais em seu coração, ao mesmo tempo que nos blindava de muitas coisas. Era um escudo, um protetor, um herói.

Vou ser sempre repetitiva neste quesito. Pois nunca vou me cansar e esquecer desses grandes e pequenos momentos.

Memórias, cicatrizes boas, tatuagens da alma.

Passados 10 anos do primeiro diagnóstico, ele partiu.
Era um dia 9 de julho, do ano de 2019.

A partir daí, a comunicação transcendeu.

Até que, um certo dia, no ano de 2023, minha irmã amada Angélica e, posteriormente, meu mano Dú, foram a um centro espírita para conhecer demais pessoas que também sentiam a presença de seus entes queridos, mas queriam saber se estavam bem.

E a sorte nos encontrou novamente.
Ambos foram brindados com uma carta. 
Em ambas, o pai diz estar tudo bem!

Em mais detalhes, na carta direcionada ao Dú, ele descreve nossos nomes e alguns momentos vividos.

Eu fiz a leitura da carta, em um encontro em família.

Impossível não se emocionar.
A serenidade da escrita, a preocupação com nossos sentimentos, a semelhança da letra que transcorre na carta com a do pai, além da assinatura idêntica "João Batista" arrepiaram.

Pai, somos à moda antiga. 
Gostamos de carta.
Gostamos de mensagem. 
Gostamos de saber se está bem olho no olho. Obrigada por aparecer nos meus e nos sonhos de alguns de nós. 
Acima é uma carta para o senhor.
 
     Carta escrita pelo pai em 2009


Qual a saída  pra você  que não expõe seus sentimentos? 
Eu diria: não sei! 
Só sei dizer como encaramos esse problema e como mudamos na mudança da percepção de vida de nosso pai.
A partir do que ele e a mãe precisavam, e o que nós desejávamos apenas estar, nos moldamos. E cada um entregou o que tinha em si.
Angélica cuidou à sua maneira, mesmo que  de longe. 
Adelita cuidou dos detalhes.
Elizete gostava de conversar com o pai e com a gente. 
Eu entreguei o amor, apesar de sempre estar muito emotiva junto ao pai, mãe  e irmãos.
Dú era o único que conseguia passear com o pai, mesmo ele estando muito debilitado. 

E durante o tratamento e no período posterior à doença, falamos desses sentimentos e entendemos que cada um juntou seus próprios cacos pra formar um quadro novo.

Mesmo com seus retalhos, esse retrato da vida foi perfeito. Pois onde tem amor, sempre é e será!

O que te digo pra fazer? 
Vou parafrasear Fernando Pessoa.

"Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes".

Assim termino minha carta a você!
Obrigada  por estar comigo. Com a gente.


Ah, por último, trago parte da carta psicografada que recebemos do pai. Apenas para ver a semelhança da assinatura real com a da carta.

segunda-feira, 19 de agosto de 2024

Como se preenche um vazio?


Sempre que perdemos algo, sempre que trocamos o conhecido pelo novo, sempre  que nos despedimos de alguém que amamos ou simplesmente conhecemos, fica um vazio. 
E por qual motivo? 
Não deveríamos nos preencher com tudo o que fomos absorvendo usufruindo desse "algo", desse "conhecido", desse "saudoso ente ou conhecido"? 

Pois é, mas a nossa vida não  é programada  para os imprevistos.
Achamos que temos tudo na prateleira, encaixadinho em seus devidos lugares. Mas não! 
No mundo da bike, rapidinho a gente resolve o problema de um pneu vazio.
Mas na vida, além do pedal, como fica? 
Aprender a lidar com esses vazios é algo necessário.  Mesmo sabendo que, quando superamos um vazio,  logo vem outro. Copo meio cheio, copo meio vazio. 
E assim a vida se faz!

Com suas certezas, como a do poder do amor, das relações, das conquistas,  dos desenvolvimentos espirituais e profissionais, da grande dádiva da RESILIÊNCIA!
E com as teimosas incertezas,  que nos fazem tremer na base, perder o chão,  o rumo, o sentido, nos fazem CHORAR!

O certo é que a cada "novo vazio", devemos olhar para os "antigos cheios" que aprendemos a forjar.
Se perdeu algo, reconstrua!
Se trocou o velho pelo novo, comece a reescrever uma nova história!
Se perdeu alguém,  seja forte! Mas lembre-se, há um tempo de chorar, um tempo de sorrir. E certo mesmo é que a lágrima  que hoje escorre, amanhã secará e dará lugar a um sorriso  e à gratidão de ter podido viver e beber da fonte da vida de quem se amou e ainda se ama.

Um especial  abraço  a todos os que  tiveram suas perdas, aos que se lançaram aos novos começos e até  mesmo aos que fizeram o caminho inverso,  ou seja, deixaram o novo e voltaram ao antigo.

Foi dada a nós a permissão de viver!
De sermos gente, humanos e humanizados.
Então, com medo mesmo, vamos viver! 

segunda-feira, 5 de agosto de 2024

Quando a gente muda por fora, é que algo mudou por dentro

Ao ouvir a frase que intitula este meu novo texto,  refleti sobre quando mudamos!
Impossível não mudar, depois de viver 24 horas de um dia, ou um fim de semana especial.
Para muitos, há um antes e um depois de uma perda, uma conquista, uma palavra não cumprida ou que  não deveria ser dita.
A gente muda!
No físico, surgem as marcas  de expressão, os cabelos brancos,  o ritmo  mais lento em uma corrida. 
Na alma, surge a cada instante a valorização ainda mais intensa de cada segundo de vida, e a certeza de que cada dia vivido com quem se ama, é o dia mais  importante  de sua breve trajetória. 

Para complementar a frase do tìtulo, meu sábio irmão Eduardo também me disse: "A gente é o que é, e não o lugar onde estamos".
Falávamos sobre a vida, sobre amigos, momentos  etc. E como saio grandiosa de cada instante  com ele. Ele nem imagina! Ops, deve estar lendo isso agora,  rsrsrs.

Somos dois irmãos de sangue,  dois irmãos que se escolheram muito, mas muito antes dessa vida. É conexão que transcende.

Enfim, foram duas provocações que me fizeram fazer o check in no aeroporto  da alma e embarcar em mais uma viagem interior.

Não  foi preciso muito esforço para olhar  para mim e perceber que nos modificamos a cada segundo. 
Não falo de caráter, é sobre o amadurecimento e o envelhecimento.
É sobre jogar fora aquilo que não mais te serve. E entender que está tudo bem! 
Passou! Näo era seu. E quem desceu do seu trem, tinha de ir até  aquela estação mesmo. "TUDO É COMO TEM DE SER". 
Nem pense em se arrepender! 
O amadurecimento vem para peneirar o que de fato te soma, te traz brilho nos olhos e esperança para alma.
O envelhecimento é um presente aos que caminharam e não tombaram.
Sorte a nossa, estarmos aqui hoje, amadurecidos para alguns desafios e aprendendo sobre outros, seja sozinhos, seja com anjos por perto (família  e amigos).
E se eu parei para escrever essa curta reflexão,  é pelo simples motivo que meu amadurecimento me permitiu falar.
E se, de fato, isso também te serviu, comente.
Vem amadurecer,  envelhecer, aprender, desaprender e reaprender na escola da vida.
Obrigada  pela leitura!



quinta-feira, 6 de junho de 2024

Das tormentas da vida!


Por Diego Amaro de Almeida
e Lilian de Paula Santos




Qual o sentido das coisas? 

A pergunta surgiu da motivação para a realização das coisas. 
Tal questionamento não teve origem sozinho. Foi fruto da conversa entre novas e antigas gerações.

Das inúmeras indagações surgiram:
Por qual motivo escolhi  essa formação? Por qual razão  estou nesse emprego? 
Por qual  motivo passo tanto tempo em uma determinada experiência? 
Por que perdi a motivação  para o estudo e atividades físicas? 
Por qual sentido temos tantas frustrações em determinadas atividades?  

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Quando nos referimos a uma tormenta, podemos estar falando tanto de uma grande tempestade literal quanto de dificuldades significativas no sentido figurado. Em ambos os casos, quando nos deparamos com momentos de grande turbulência em nossas vidas, inicialmente podemos não ter clareza sobre o desfecho desses eventos negativos. 

O importante lembrar que, não importa quão intensa seja a tormenta, ela também passará.

Ao enfrentar essas situações desafiadoras, é crucial fazer a seguinte pergunta: onde desejo estar ao final desse período turbulento? 
Inteiro e de pé!

Os capitães das grandes embarcações, diante de tempestades adversas, adotam estratégias para minimizar os impactos e garantir a segurança da tripulação e da embarcação. Reduzem a velocidade, ajustam a rota e exploram novos caminhos, para alcançar o destino desejado. Enfrentam de frente a fúria do oceano, de maneira direta, pois é a abordagem mais eficaz para superar o perigo. E como certa vez afirmou o grande político britânico Winston Churchill: 
-Se você está no inferno, só existe uma coisa a se fazer: siga em frente. 
No cotidiano, também nos deparamos com obstáculos que podem ser equiparados a tormentas. 
É sempre oportuno lembrar as palavras do poeta Carlos Drummond de Andrade em sua célebre composição "Tinha uma pedra no meio do caminho…” *e sempre terá! 

No entanto, se há “Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo…”.*

A vida é uma jornada de superação de obstáculos e o verdadeiro significado da existência está na própria jornada, não no destino final. 

Viver é uma busca incessante pela realização de nossos desejos, mesmo que, paradoxalmente, a realização, por vezes, possa desencadear novas tormentas.

O ser humano é, por natureza, insatisfeito, e é justamente essa insatisfação que impulsiona a busca por novos desafios, mesmo nas adversidades da vida.
Há surfistas que buscam as maiores “ondas/ obstáculos” pra baterem marcas históricas.

Há um livro mundial de recordes!

Há  até  recorde de quem é a pessoa mais idosa do mundo. Imagine só  o quanto uma pessoa de 100 anos viveu até aqui?
O quanto de tormentas ela presenciou. Mais ainda, o quanto ela viu de mudanças  comportamentais significativas da sociedade? 

Atrás  da onda, haverá  sempre uma recompensa. Nem que seja o aprendizado.

O castelo a ser construído requer abnegação, sacrifício, controle emocional  e muita, mas muita paciência.
Não  basta pegar pronto.  Não há receita pronta sobre o desenvolvimento pessoal, a Inteligência  emocional e para aquele escudo do espírito, chamado rusticidade.

Certamente,  vão tentar te vender isso a todo custo.  Mas que graça  teria comprar pronto e não  viver as experiências do caminho?

Tormentas virão. 
Mas a alegria  virá logo pela manhã.

quinta-feira, 23 de maio de 2024

FÉRIAS 2024 - Portugal, Espanha e Marrocos

Por Lílian de Paula

É certo que a gente ama viajar, ou melhor, investir em conhecimento.
Afinal, viajar é entregar seu tempo a algo, neste caso, ao novo.
Pisar em terras distintas do nosso berço sagrado, é sempre um privilégio.




PORTUGAL ( 1 e 2 de maio)
Se um dia Portugal descobriu o Brasil, desta vez fomos nós (Luís Flávio e eu) quem desbravamos as curiosidades da terra do bacalhau, do vinho, do azeite e de tantas outras marcas.

Saímos  de Guaratinguetá, em direção  ao Aeroporto de Viracopos (Campinas) no dia 30/05/24, 11h.  Chegamos a Campinas às 14h. Embarcamos, sem atraso, às 17h25. Quase 5 (cinco) mil km depois e 9h30 de viagem, descemos  na majestosa Lisboa, por volta das 7h da manhã do dia 1° de maio, 3 horas da madrugada no Brasil.

Se ganhamos em território, perdemos nos termômetros. Dos 30 graus no Brasil, encaramos os 12 graus em Lisboa. Céu azul só para português ver.


HABILITANDO O NOVO CHIP

FOTO LISBOA - (CHEGADA)

Após  a cautela do carro, pela Hertz (Firefly), seguimos  rumo à Praia da Falésia na cidade de  Albufeira na província de Algarve. Como nosso R$ está bem desvalorizado em relação  ao Dólar e ao Euro, nos programamos  para os gastos.
O aluguel do carro, um Seat Ibiza preto, foi uma das boas surpresas. Pagamos 1.000 reais por 19 dias. O combustível de grande rentabilidade somado a um carro com uma excelente  autonomia (22 km / L), completaram as vantagens financeiras da viagem. 

Após  ganhar kms iniciais em Portugal,  paramos em Grândola e encontramos a brasileira Juliana, que há mais de 12 anos vive lá. No restaurante onde ela trabalha foi onde encontramos boa comida a um preço justo. Um belo cartão de visitas aos recém-chegados. 

Em Portugal, Espanha e Marrocos,  os preços dos pratos comuns variaram de 10 a 30€. Nos casos da Espanha e de Portugal,  o valor do IVA- Imposto Valor Agregado - varia de  a 10 a 23%, de acordo com o produto/serviço adquirido, o qual vem descriminado na nota fiscal. 
                                             FACHADA DO CAMPING ALBUFEIRA


Chegamos  em Albufeira, no camping por volta de 17h. E, como sempre, os campings da Europa (a exemplo do que já observamos na viagem feita em 2018-LINK -texto no meu blog) são repletos de motorhomes.  Com uma excelente estrutura, arrisco-me a dizer que 95% do seu espaço é  ocupado por esses lares itinerantes.


 MOTORHOME NO CAMPING EM ALBUFEIRA PERTENCENTE AO CASAL TEDMAN E CRISTINA, ALEMÃES SIMPÁTICOS QUE CONHECEMOS LÁ.


 *As diárias nos campings variaram de 17  a  32 euros para o casal, espaço para tenda (barraca) e estacionamento de carro. Sobre a energia, uso de máquina de lavar e áreas de lazer (churrasco), te perguntam se você vai querer contratar separadamente. Os campings todos que ficamos possuem piscina, quadra de esporte, área de lazer (com tv), lanchonete, supermercado, alguns restaurante e espaço para lavar louças. O que impressionou em dois deles foi o acesso a cadeirantes nas piscinas e demais áreas.

Viajar é sempre desbravar o novo e se encantar com ele, sem julgamentos. Na recepção do camping, o atendente Rui se orgulhava em dizer que sabia 7 (sete) idiomas, ao lidar todos os dias com diferentes nacionalidades e culturas. E, apesar de estarmos em terras portuguesas, onde o idioma não é uma trava,  lembramos que iríamos encontrar o mundo em poucos metros quadrados de um camping e até mesmo em uma pequena extensão territorial de uma cidade. Na lanchonete do camping, a atendente era uma russa, que ficou tímida ao perguntamos de onde era sua origem. Logo, no jeito nosso "brasileiro e solícito de conversar", ganhamos sua amizade.

Bom, no segundo dia em Portugal já entendemos que o céu azul, nem sempre é sinônimo de calor. Apesar da primavera européia, o frio de 10 graus significa para nós, brasileiros, neve.
Ainda assim, escolhemos ir para a praia. A da Falésia, em Albufeira, é, sem dúvidas, um excelente destino. Não somente pela sua paisagem, uma montanha logo na praia, mas também pela cidade, que possui um variado comércio, uma bela orla, e até uma escada rolante na praia.


NOSSO TRAJE TÍPICO DE PRAIA- BLUSA E CALÇA



APESAR DO SOL, O VENTO FRIO É CONSTANTE NA PRAIA. AINDA ASSIM, LUÍS CONHECEU AS ÁGUAS DO MEDITERRÂNEO










ESCADA ROLANTE PARA ACESSAR UMA DAS PRAIAS DE ALBUFEIRA, NO DISTRITO DE FARO. E A GENTE BRINCA SOBRE A FACILIDADE DE CHEGAR ATE LÁ.

Albufeira é uma cidade litorânea na região do Algarve, sul de Portugal. Trata-se de uma antiga vila de pescadores (fundação em 1.504). Para nós e para muitos turistas, se tornou um destino de férias muito procurado. A cidade é  cercada por prédios residenciais coloridos, um calçadão amplo à beira-mar e um comércio abrangente.

ESCULTURA DE AREIA, FEITA POR ARTISTAS DA REGIÃO. POR FALAR EM ARTISTA, DEDICO ESTE TEXTO AO AMIGO QUE INSPIRA, WILL DOMINGOS, QUE HÁ DOIS ANOS RESIDE EM ALBUFEIRA.



ESPANHA- 3 de maio
Logo após nosso primeiro destino em Portugal, seguimos rumo à Espanha. Um país de extensão territorial próxima ao estado de Minas Gerais. Uma Minas que fala espanhol.
Nas estradas da Espanha, trânsito tranquilo. Motoristas, sem exceção, respeitando seu espaço, dirigindo na velocidade permitida. Tanto é que não vimos nem semáforos e lombadas, muito menos radares. 

No caminho por cidades como Tavira, Altura, outdoors de incentivo à adoção de gatos.

Às 12h40, chegamos a Aymonte, Espanha. O fuso-horário é de 5 horas a mais em relação ao Brasil. 

É fato que pesquisamos alguns locais antes de viajarmos.  Mas é real que só quando estamos lá é que nos aprofundamos no estudo sobre o território. A Espanha ocupa uma área de 505.954 km². Ela é um Reino.E sua história começa há uns 35 mil anos, quando os primeiros humanos modernos chegaram no território hoje denominado Espanha. Eram os celtas, os fenícios, os cartagineses e os gregos. Já no século XV, viviam povos de regiões independentes, tais como Galícia, Astúrias, Castela, Leon, Aragão, Navarra e Catalunha, sendo o extremo sul dominado pelos mouros, no Reino de Granada. Entre os portos e centros urbanos, havia espanhóis, mouros, portugueses, italianos e judeus.  

Hoje a Espanha é formada por povos catalães, galegos, castelhanos, bascos e andaluzes. Sua capital, Madri, é uma das mais populosas, seguida de Barcelona, Valência, Sevilha e Zaragoza. Encontramos por lá o castelhano, mas também observamos nas placas de trânsito e outros pontos de informação  o basco. Mas há ainda o catalão, o aranês, o valenciano e o galego, sem contar os dialetos cooficiais. (fonte: dicas de Barcelona e site do governo)

Tudo muito plano na chegada à Espanha. O horizonte se apresenta, sem entraves
A exemplo de Portugal, na Espanha acostume-se com a boemia. Os estacionamentos em vias públicas diurnas começam a ser cobrados 17h, isso pois, o sol se põe lá pelas 22h. E nos campings, o aviso de silêncio  era de 23h30 até 9h da manhã.

Logo que chegamos à Sevilha, voltamos ao passado. Tão gigante quanto sua imponência populacional e estrutural ( 700 mil habitantes) é a sua história originada em  XIII a.C.

Sevilha é a capital da região da comunidade autônoma de Andaluzia, no sul da Espanha.  Famosa pela dança flamenca, possui outros monumentos históricos como o complexo do castelo Alcázar; a praça dos touros do século XVIII, chamada de Plaza de Toros de la Maestranza; e a Catedral de Sevilha, em estilo gótico, a terceira maior do mundo e que, dentre as curiosidades, abriga o túmulo de Cristóvão Colombo.
Mas por lá, conhecemos em um longo tour diário, a Plaza Mayor, a gelateria e as ruas estreitas, com construções muito conservadas. A Plaza de Touros, tentamos conhecer, o que não foi possível pelo alto número de turistas, consequentemente por ingressos esgotados no dia.


RECEPTORES DE RESÍDUOS- GESTÃO AMBIENTAL

OS TRADICIONAIS LEQUES ESPANHÓIS

UM TRAJE UM TANTO QUANTO DIFERENTE DESSE GAROTINHO ESTRANGEIRO

GELATTO QUE NÃO PODE FALTAR

A  CATEDRAL DE SEVILLA- PATRIMÔNIO DA UNESCO- ENTRADA APENAS COM COMPRA DE INGRESSOS


            PLAZA DEL TRIUNFO, COM INÚMEROS MONUMENTOS.




HOJE CICLISTA, MAS UM DIA JÁ FOI ESCALADOR. ACHANDO QUE VAI ENCONTRAR VIAS NAS MURALHAS


     O PRÉDIO DA HAAGEN DAZS EM SEVILHA. TÃO BONITO QUANTO O SORVETE








Um passeio de trem pelas ruas de Sevilla nos levou até à Plaza Mayor. O preço do bilhete saiu a 1,20 euro/pessoa.



O MUNDO NUMA PRAÇA
ACOMPANHE O VÍDEO QUE FIZ SOBRE O QUE É A PRAÇA. 
SEGUE O LINK NO MEU CANAL















O TETO DA IGREJA RECEBE A LUZ DO SOL E MUDA SUAS CORES. DÁ A IMPRESSÃO DE QUE ESTÁ PINTADO




AUTO-ATENDIMENTO NO ABASTECIMENTO, A EXEMPLO DO QUE VIMOS NOS ESTADOS UNIDOS, ITÁLIA, SUÍÇA, ARGENTINA, CHILE, FRANÇA. A NOSSA PERCEPÇÃO FOI DE QUE O PREÇO DO COMBUSTÍVEL FICA MAIS BARATO, SEM TER O ATENDENTE. A COMPARAÇÃO FOI REAL, EM CABO DE GATA (Espanha) O PREÇO POR LITRO REDUZIU 40 CENTAVOS. 

Seguimos rumo à Marrocos, antes porém, mais um pernoite em um camping, Neste, chegamos tarde, Mas como tarde aqui no Brasil é "de tarde" na Espanha, era dia quando chegamos à Playa Las Lunas, em Puerto Santa Maria, uma cidade  na província de Cádis, Andaluzia. Como foi só passagem para nosso próximo destino, não nos aprofundamos muito nessa localidade, mas soubemos que se  trata de uma cidade encantadora, com 89 mil habitantes, possui vinícolas e o distrito histórico singular. Fica para uma próxima, pois lá só jantamos, vimos um grupo de jovens em uma despedida de solteiro ou de qualquer outro momento de vida, pelo que nos pareceu. Festejavam no restaurante em que fomos, ao lado do camping. 

Considerando que a cada minuto que passávamos caminhando na cidade, ou circulando nas estradas e pelos campings víamos um motorhome, eu sou capaz de arriscar que cada indivíduo da Europa tem um (rsrsrs). Um brasileiro que vive lá nos disse que eles até são baratos, de tanto que se tem. São vários modelos, alguns mais exagerados e outros na medida.


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NOSSA "TIENDA" DESTOA DO RESTO DO CAMPING, LOTADO DE MOTORHOMES

ESTRUTURA DOS CAMPINGS, ESTE PLAYA LAS LUNAS- PUERTO SANTA MARIA





MARROCOS-   4 de maio

Por volta de 10h20, saímos de Puerto Santa Maria, em direção à Tarifa, sul da Espanha,  para  embarcar para Tânger, Marrocos. Na rodovia N340, foi a primeira vez que observamos muito ciclistas, muitos até de alforge (bagagem).
Ao comprar  ingressos (70 euros/pessoa), perguntamos sobre trajes ou alguma outra restrição, e  o atendente nos disse que poderíamos comprar ida e volta a hora que quiséssemos, que nada era proibido, apenas entrar nú (rsrsrs).

Do continente europeu ao africano, uma hora de viagem de barco, chegamos a Tânger. Localizada na costa atlântica e na entrada ocidental do famoso estreito de Gibraltar, ele separa o Oceano Atlântico ao Mar Mediterrâneo e o Marrocos da Espanha. Antes de desembarcar, ainda no barco e depois no controle migratório, um criterioso processo de entrada no país. 

Atravessamos o oceano e muito mais que só a distância entre os povos,  desbravamos um novo jeito  de falar, andar, cultuar, se vestir, comer, etc.

Logo no desembarque, de cara, vimos as ruelas sinuosas da medina (a cidade murada), os mercados coloridos, os cafés movimentados e até uma Mesquita. Ali, passado e presente coexistem, é inegável! Há  uma mistura das influências europeias na sua cultura e estilo arquitetônico, além das influências Africanas e Árabes.  A religião logo nos lembrou que estávamos em território islâmico. O som da mesquita ecoou forte pela cidade. 

No restaurante Let Bistroit em Marrocos, fomos recepcionados pelo Elias, que nos explicou o que era o tagine, os temperos (cominho predomina) e as cores dos pratos. Numa loja, o senhor Xerife nos falou que é casado com 4 esposas e tem 45 filhos. Colocou um turbante na cabeça do Luís e gentilmente posou para foto conosco, dizendo que éramos um casal bom, para um cuidar do outro. Na rua, o morador Rossan nos disse que Tânger estava irreconhecível, com a vinda de tantos imigrantes, triste disse que havia sumido a tradição da cidade. No castelo de Cabash, conhecemos mais um guarda local, que se encantou ao saber que éramos brasileiros. Os ingressos foram adquiridos por 5 euros.  

Em Marrocos, nosso R$ é um pouco mais valorizado. Cada real compra 2 (dois)  DH (Dirham marroquino). Alguns locais só aceitam dinheiro em espécie. É preciso estar preparado. Lá ficamos sem o nosso sinal de celular, habilitado só para Espanha e Portugal. Por isso, nos arriscamos a ficar próximo ao porto, para não perder o horário de retorno do barco também.  Sobre estacionamentos em Tarifa, os  que ficam próximo ao porto logo lotam rápido. Buscamos um outro e ficou 8 euros o dia todo.
No mesmo dia, embarcamos de volta para a Espanha.






PRATOS QUASE QUE INTEIROS DEIXADOS POR CLIENTES







AQUI CAMARÕES SÃO "GAMBAS PIL PIL"






AS MULHERES DE MARROCOS





SENHOR XERIFE, LUÍS COM O TURBANTE  E EU






OS DOCES COLORIDOS DE TÂNGER- PISTACHE, NOZES ETC



EM TÂNGER, COMECEI ASSIM NO TRAJE


          E TERMINEI ASSIM
PERCEBI OLHARES DE MUITAS MULHERES SOBRE O MEU TRAJE. POR UMA QUESTÃO CULTURAL, VI QUE TINHA DE MUDAR.

VISITA AO CASTELO



































ENTRADA NA MESQUITA PARA O RITO





DE VOLTA À ESPANHA- ACOMPANHE O VÍDEO


Chegamos a Tarifa, por volta de 19h. Comemos uma pizza, muito bem servida e saborosa. De lá, corremos na busca de um Camping para se abrigar. No google maps, como sempre buscamos, encontramos Camping Rio Jara.

Pernoitamos apenas e logo pela manhã, ao nos arrumarmos para um novo destino, conhecemos aquilo que os destinos novos nos dão. Novas amizades. O casal Sierra  e Giobatta e o seu filho. Eles estavam fazendo um circuito de bike. Andando de Portugal para Málaga (Espanha),  o que daria em torno de 1200 km. Ele é italiano, ela, das Filipinas e hoje residem em  Marselha, França. Contou-nos tanto sobre os caminhos que já fizeram pela Europa, ao mesmo tempo, que compartilhamos com eles as belezas e as demais peculiaridades do Brasil. Eles nos deram muitas dicas sobre os caminhos a percorrer pela Espanha. E ficamos muito gratos.


        CONSIDERADO UMA PRAGA, CARAMUJOS OU CARACÓIS GIGANTES DA ESPANHA


JÁ QUE NÃO TEMOS MOTORHOME, ESSE É NOSSO HOTEL AMBULANTE





RECEPÇÃO DO CAMPING NA EUROPA-  RIO JARA-TARIFA


   OS NOVOS AMIGOS QUE A VIAGEM NOS DEU. GIOBATTA, SIERRA E O FILHO DO CASAL


Às 10h de um novo dia, no Brasil, 5 da madrugada, pegamos estrada para um novo destino. Ronda, passamos por  Algecira, cidades que ficam na costa, de frente pro mediterrâneo e Marrocos. No caminho, os diversos Pueblos Blancos, que o amigo Giobatta havia nos avisado. Comunidades que se destacam em meio às montanhas e dão ainda mais beleza ao que já é divino.

                    O CAMINHO É TAMBÉM A BAGAGEM QUE SE CONQUISTA NA VIAGEM


PUEBLOS BLANCOS AO SUL ESPANHA (ALGATOCIN). SÃO CARACTERÍSTICOS DA REGIÃO DE ANDALUZIA. TRATA-SE DE UMA ROTA.

Antes do tour por Ronda, nos instalamos no Camping El Sur. E foi lá que vimos a inovação de um motorhome. Controle remoto. É MUITA MODERNIDADE!
MANOBRANDO MOTORHOME NO CONTROLE REMOTO


A caminho de Ronda, uma máquina de ler mão num shopping. Acho que vou patentear no Brasil.
                                                                                                                                                         
                                       
Sobre o Tour por Ronda, vou deixar que as imagens falem por si só. Só adianto que a ponte sobre a cidade está muito preservada e foi lá que conseguimos visitar a Plaza de Toros. 








DESFILADERO DEL TAJO RONDA




ABAIXO, PLAZA DE TOROS DE RONDA- FUNDAÇÃO 1573

O MUSEU CONTA UM POUCO DA HISTÓRIA DAS DINASTIAS ROMERO E ORDONEZ














PLAZA DE TOROS - RONDA








             PAINEL, COM O CONTEXTO HISTÓRICO DA OCUPAÇÃO DE RONDA

Pisar em solo histórico, impulsa em nós a sede por aprender e imaginar como era na época em que Romanos construíram a ponte e tornou Ronda, dentre outros conceitos, a cidade separada por uma fenda. Ronda  é a prova do antigo  com o conservado. 

No caminho  até  o carro, passamos pela rota do desfiladeiro e lá  vimos crianças  praticando escalada na rocha. Rock, um menino  de uns 10 anos, com a bochecha rosada pelo esforço,  nos disse que ali não  tinham vias, mas ao longo das montanhas de Ronda, sobravam.

Na manhã seguinte (6 de maio), tomamos um café caprichado com um pão que só se encontra na Europa. No restaurante Mi Riconcito, o proprietário Miguel disse que se trata do pão Moyete. Logo, compramos no mercado. 

Aqui, abro um parênteses para três costumes muito fortes na Espanha. Muitos fumantes nos espaços públicos, nos comércios locais, há máquinas de cigarro. 



MÁQUINAS QUE VENDEM CIGARRO

Outro mau costume, é o cigarro eletrônico. Já um bom costume, são os cachorros. Todo mundo tem um. Difícil o estabelecimento que não aceite a entrada dos bichos. 
Em direção a Granada,  pela estrada A 367, sondamos um novo destino da estrada. O que nos fez ficar e agendar o passeio, que se concretizou no dia seguinte, 7 de maio. Caminito Del Rey.
 
Neste mesmo dia 6 de maio, visitamos o Parque Natural El Torcal, que é gratuito. Ele oferece trilhas de 1,5 km, 3 km e 7 km. Fica na cidade de Antequera, na Província de Málaga. Muitos turistas de diversas nacionalidades dividiram espaço conosco.
PARQUE EL TORCAL

LAGOS DE GELEIRA, REGIÃO DE ANTEQUERA






SÓ AVISTANDO O PASSEIO DO DIA SEGUINTE, CAMINITO DEL REY








NOS PUEBLOS BLANCOS



CICLISTAS AGUÇANDO O NOSSO DESEJO DE PEDALAR EM TERRAS ESPANHOLAS


NO MERCADO, ATÉ PELO USO DO CARRINHO SE PAGA

PREÇO DO VINHO 


PAISAGEM EM ANTEQUERA




O FAMOSO PÃO MOYETE


Logo em seguida, chegamos por volta de 19h30 no Camping Bungalows La Sierrecilla,  em Humiladeiro. Este é um dos campings que oferece acesso para cadeirantes na piscina. Achei sencacional, inclusivo. 

               À DIREITA, ACESSO A CADEIRANTE NA PISCINA DO CAMPING BUNGALOWS

Como no GPS, colocamos a opção de evitar pedágios, passamos por inúmeras cidadezinhas em nossos destinos. O que nos possibilitou observar as peculiaridades e riquezas de cada região ao sul e ao norte da Espanha. 
Logo cedo, o Caminito Del Rey foi a nossa atividade. Uma das principais atrações da Andaluzia, é uma trilha estreita conhecida por seus quase 3 km de calçadões artificiais e passarelas de vidro que ficam  nas encostas de penhascos íngremes e se erguem sobre os desfiladeiros do rio. A caminhada de aproximadamente 3 horas leva você por trilhas a 150 metros acima do rio Guadalhorce, oferecendo vistas únicas do Canyon Gaitanes (Desfiladero de los Gaitanes). O Guadalhorce é o principal rio da Província de Málaga, no sul da Espanha. 












         NOVAMENTE O  EXTINTO ESCALADOR FALANDO MAIS ALTO 





Sempre ao amanhecer e decididos pelo caminho do nosso próximo destino, a rotina é montar
e desmontar barraca. E isso é tão rápido e prazeroso. 

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Por falar em destino, resolvemos pegar a rota que nos levasse ao litoral (Almería), para conhecer a costa espanhola. No caminho, vimos a perder de vista um mar branco de estufas  em diversas cidades, dentre elas, Lamamolla. Tomamos um  café  em Balerma  e vimos estufas de perto. E daí pesquisamos mais sobre essa técnica. Descobrimos que traz mais economia, retorno e até sabor à fruta. Deixo aqui um link para saber mais. AQUI
Na prática, experimentamos diversas frutas na Espanha e Portugal, realmente são muito saborosas. 

Foi em Humiladero, cidade próxima a Caminito Del Rey, que o proprietário de um bar nos deu a dica do nosso próximo destino. Seguimos o conselho e chegamos a Cabo de Gata- Níjar, localizado frente ao mar Mediterrâneo, no município de Níjar, província de Almería, Andaluzia. Uma região de Parque Natural, por sua biodiversidade.  Camping los Escullos foi o escolhido por nós. 

                                               

No dia seguinte,  8 de maio, pegamos  o carro e  30km depois chegamos na área onde o vulcão emergiu há muitos anos e hoje a rocha é paisagem, fica perto de Almadraba. Na imagem, o cenário que a natureza se incumbiu de fazer. A região tem origem vulcânica, por isso foi considerado o espaço marítimo protegido do Mediterrâneo ocidental europeu que tem mais superfície e relevância ecológica, reconhecido pela Unesco como Reserva da Biosfera e Geoparque Mundial.









             À MINHA RETAGUARDA, FORMAÇÃO VULCÂNICA NO MAR











MAR DO MEDITERRÂNEO- LINDO E GELADO- REGIÃO DE BATA DE GATA-NÍJAR- ESPANHA


O VENTO FRIO NÃO PARA.


Na busca por alimentação, fomos até San Jose e almoçamos num restaurante com um combinado de peixe caprichado. O garçom,  muito simpático,  disse que conhecia o Brasil e amava o Carnaval. Me pediu para sambar e eu me arrisquei.
A região também chamou atenção pelas construções, todas são feitas  com guindaste na beira da praia. Você não vê trabalhadores carregando material nas costas ou carrinhos. 





      GUINDASTE NAS CONSTRUÇÕES

          ESTILO DE CONSTRUÇÕES NO MEDITERRÂNEO

No dia  9 de maio, saímos  em direção  a Madrid,  passando por mais estradas pertencentes ao Parque Natural Cabo de Gata - Níjar. Na A92, mais  especificamente  em  Abla, Parque da Sierra Nevada, vimos resquícios  de gelo na montanha. Em  Melgívar,  num café, a atendente nos disse que ali era muito frio.
Após  5h de viagem  e quase  500km, chegamos a Toledo. Percorrer as ruas  medievais,  nos permitiu um mergulho mais profundo na história. Além disso, visitamos o Alcazar, a Matriz e os artesanatos damascanianos da cidade.

ESTACIONAMENTO A 1 EURO POR 2 HORAS EM TOLEDO- SENDO COBRADO A PARTIR DE 14H





ACESSO A CADEIRANTES 


     A VIBRAÇÃO PELA VITÓRIA DO REAL MADRID





























                                     VIELAS DE TOLEDO- COMO ESSE CARRO CHEGOU AQUI!


















Logo em seguida, fomos rumo a Madrid- Camping Osuna. Lá conhecemos uma recepcionista muito simpática. Ela era ucraniana e vivia em Madrid há 7 anos.  Disse que tinha um filho de 4 anos e desejava trazer os pais para Madrid também. 

E é aí que a gente vê o quanto o mundo tem pessoas incríveis, cada uma delas vivendo suas lutas diárias e sobrevivendo em meio ao caos. No final, ainda sorriem. 
Em Madrid, visitamos diversas áreas históricas, mas o destaque foi o Palácio Real de Madrid, com seus 135 mil metros quadrados e 3.418 quartos, sendo considerado o maior palácio em funcionamento na Europa. No dia seguinte, fomos ao Estádio Santiago Bernabeu. Vimos no metrô muitos casais trajados devidamente com roupas espanholas e lembramos da Festa de San Isidro, uma comemoração típica ocorrida no mês de maio em Madrid.


SALA DE JANTAR 





EU E MEU REI NO PALÁCIO




O PALÁCIO VENDE INGRESSOS A 14 EUROS POR PESSOA, MAS HÁ DIVERSOS DIAS E HORÁRIOS DA SEMANA EM QUE A ENTRADA É GRATUITA. 




O ESTÁDIO VENDE INGRESSOS A 25 EUROS. MAS HÁ DIAS EM QUE NÃO SE PAGA PARA ENTRAR

Logo após a visita ao Estádio, saímos  do Camping  rumo à Burgos, noroeste da Espanha. Da Capital, para uma região inóspita. Após  3h na estrada, chegamos ao espaço  natural Sierra  de Urbión. Em Covaleda, adentramos a padaria "Quero" e comemos os melhores sandwichs da viagem, a 5 euros -um almoço de primeira. Até estranhamos. No lugar, também foi bonito de ver a quantidade de senhores idosos reunidos para um encontro de baralho. Afinal, era sábado à tarde.
Ao chegarmos no camping Arlanza, pernoitamos e, no dia seguinte, visitamos Necrópolis de Cuyacabra. São tumbas esculpidas na pedra, de diversos tamanhos. Os registros dão conta de que foi no período compreendido por 800 a 1200 D.C. Havia 183 sepulturas, pertencentes à comunidade, um povoado da alta Idade Média. 

SENDO CLICADA POR ELE. 

CONSTRUÇÕES ANTIGAS EM COVALEDA- IGREJA DE SÃO CRISTÓVÃO


NECRÓPOLIS EM CUYACABRA

VEJA MAIS AQUI SOBRE A NECRÓPOLIS DE CUYACABRA

LOCAL ONDE SERIA A IGREJA DA ALDEIA


LAGUNAS DA NEILA- BURGOS









LAGUNAS DA NEILA- 1421m e 2049 ao nível  do mar

E tem gelo. Clique AQUI

Em seguida, conhecemos as Lagunas da Neila. Trajeto da Vuelta da Espanha e o registro da torcida no aslfato. 




Seguimos rumo  a Bilbao. Por mais de 1h, descemos do topo da montanha, acompanhando o leito do Rio Neila pela LR 113, numa das paisagens mais emblemáticas da viagem. Pedra, rio,mata, curvas. Chegamos ao restaurante El mirador de Anguiano. Na cidade, cercada por rochas, tivemos acesso a um guia de escalada completo, feito por escaladores da região. 

Já me perdi nas datas, de tanto que vivemos até aqui. Parecia um ano em poucos dias. Brincadeiras à parte, de 12 para 13 de maio, depois de 300km, chegamos a  Cantabria (comunidade autônoma). De volta ao mar, mas sem poder entrar nele. Gelado e vento forte. Agora estamos  em Laredo e pernoitamos no camping de mesmo nome.


MANUAL DE ESCALADA


CAMPING LAREDO



O dia seguinte nos reservou uma caminhada na beira  da praia.  Oceano Atlântico Norte, mar da Cantábria. Depois da caminhada, rumo a Lagos de Covadonga, Principado de Astúrias. Paramos para almoçar  em Ribadesella, no restaurante Repollo, onde nos serviram, incluído no valor da refeição, uma garrafa inteira de vinho. Foi também na cidade  que conhecemos Julio Dotti, um ciclista brasileiro de São Paulo no  Caminho de Santiago de Compostela. Ocasião  em que ele falou da logística  do caminho e da beleza. 
Pela chuva, este foi o dia que tivemos de ficar num hotel. Hotel Angliru.


RESTAURANTE EM RIBADESELLA

No dia seguinte, conhecemos a Igreja de Nossa Senhora de Convadonga. Também pegamos montanha, para ver de perto os Lagos de Covadonga e um senhor de um pico, o  temido L´Angliru, mais duas rotas da Vuelta da Espanha, este último com trechos de 23,5% de inclinação, o que o torna o cume de maior dureza mundial do ciclismo, junto com o Mortirolo e o Zoncolan na Itália. Vento FENONEMAL. Pegamos negativo no Angliru. A região é um porto de montanha do Principado das Astúrias.

Antes de tocar para a próxima cidade, paramos  numa cafeteira  aos pés  do Angliru para um café. E fomos contemplados com a final de mais uma etapa (etapa 10) do Giro d´Itália passando na tv. A chegada foi em Pompeia – Cusano Mutri.


IGREJA DE NOSSA SENHORA DE COVADONGA- CANGA DE ONÍS


LAGOS DE COVADONGA

ACOMPANHE  NO MEU CANAL- AQUI- A SUBIDA DA VUELTA DA ESPANHA- 

LAGOS DE COVADONGA









PICO DO ANGLIRU

VENTANIA NO CAMINHO DO ANGLIRU


ETAPA DO GIRO DE ITÁLIA


O VISUAL NO CAMINHO

Chegamos a Cudillero, no camping L'Amuravela. Lá a recepcionista Ana nos explicou o significado do nome Amuravela. É sobre a navegação de barco à vela e a menção é específica daquela região de Cudillero.

Também li que os Vikings se estabeleceram na cidade no ano de 844. Em vez de destruir a população, "se fundiram com ela e criaram laços comerciais e até matrimoniais".  

Sobre nós, rolou também uma caminhada ao lado do mar gelado, oportunidade em que vimos peregrinos no Caminho de Santiago de Compostela.

Ao lado de destinos considerados sagrados, como Hajj, onde fica a Meca dos muçulmanos, ou Roma e Jerusalém, para os cristãos, o Caminho de Santiago é um dos maiores roteiros de turismo religioso do mundo.Se estende entre França, Espanha e Portugal. Todos os anos, 350 mil pessoas o fazem .O Júlio Dotti que  encontramos em Ribadesella faz parte da estatística há alguns anos. 
CAMPING AMURAVELA


MAR GELADO DA CANTÁBRIA

Chegamos a Santiago com chuva e frio, ficamos novamente num hostel. Casa da Mama, o qual recomendamos. O preço de campings e hostel em Santiago quase que se iguala. 

Em Santiago, o proprietário de uma pequena e simples loja de lembranças, Sr. Domingos, foi de uma simpatia exemplar. Muito diferente do que encontramos em muitos comércios da Espanha.  

Santiago nos surpreendeu pela sua grandiosidade. Creio que esperávamos algo mais medieval, bucólico,inóspito. Além do comércio, visitamos a igreja, a Universidade de Santiago, que tem mais de 500 anos, e o mercado.

UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA






MERCADO MUNICIPAL DE SANTIAGO

PADARIA EM SANTIAGO DE COMPOSTELA

De Santiago, para o destino final dessa viagem na Espanha. Paramos no hotel San Martin, em Pontevedra. Pelo menu, com entrada, prato principal,  vinho, sobremesa e até  café, pagamos 12 euros.  

DE VOLTA A PORTUGAL

Chegamos a Portugal, em Nova Vila de Gaia, Camping Calinelo. Na cidade, alugamos patinete, corremos e caminhamos na beira do mar.

No dia seguinte,  fizemos um tour por Porto e lá conhecemos o casal Loreny  e Steve,  do Texas, Estados Unidos. Eles nos falaram sobre o estilo de vida no Texas, regiões mais perigosas e prazerosas do país norte-americano. E novamente o mundo ficou pequeno. Afinal, ele se encontra em regiões turísticas. Oportunidade única. 





                                                        PRAIA DE VILA NOVA DE GAIA



CASAL EM MOTORHOME EQUIPADO, COM PRANCHA E BICICLETA






De Porto para Nazaré.Certo de que a expectativa era ver as ondas gigantes de mais de 25 metros, mas fomos na época errada rsrsrs. A temporada foi até abril. Mas valeu muito a pena como sempre. Um espetáculo da natureza, independentemente das ondas colossais ou não.  Na cidade, almoçamos num restaurante "Mili", de origem bengalesa (Bangladeshi), ganhamos um vinho de presente. 



     

                                              
                                              
NAZARÉ-  FAROL, DE ONDE SE OBSERVA AS ONDAS GIGANTES

Rumo a Lisboa, chegamos a Azenhas do Mar (Colares), mais um cartão postal na região de Sintra. Ficamos no Camping Sintra Vintage, do proprietário Carlos. 
                                       

Pernoitamos e "dia seguinte" partimos para Lisboa, a 35 km. Lisboa nos permitiu dois dias antes do embarque e a oportunidade de conhecer muito da essência de Portugal. O pastel de nata, a sangria, uma festa típica, em que não somente a culinária, mas o artesanato daquele país se mostraram escancaradamente aos turistas curiosos como nós. 

Conhecemos a Torre de Belém, a Orla, o Bairro do Chiado, a Estátua dos Restauradores, Arcos da Augusta, o  monumento do Descobrimento e um casal de portugueses, chamado Rodrigo e Rita, que nos falou sobre como o brasileiro e demais imigrantes têm dado vida a Portugal nos últimos anos. Um brasileiro dando dicas das carnes de qualidade no país. Além disso, vimos in loco a movimentação de torcedores com a vitória do Sporting no campeonato nacional. E conhecemos dezenas de brasileiros que se mudaram para Portugal, em busca de oportunidades.

Achamos Lisboa cara! No entanto, como sempre fazemos, pesquisamos e adquirimos somente o que somou a nós nesta escolha de viajar no modo "descoberta".

E por falar nisso, o botão descoberta já está acionado para o próximo destino. 
 

                                                    AOS PÉS DO JACARANDÁ, EM LISBOA
SIM!! ROLOU JAPONÊS EM LISBOA




TORRE DO BELÉM

FEIRINHA EM LISBOA





ESTATÍSTICAS DA VIAGEM

Essa, sem dúvidas, foi a viagem de maior exploração de destinos, não por escolha apenas,mas sim por que todos os destinos tinham muitas histórias, as quais se sobrepunham umas às outras. E sempre, sempre, se somavam!
 
PERÍODO DE VIAGEM: 30 DE ABRIL A 21 DE MAIO DE 2024
QUEM: LUÍS FLÁVIO (MEU ESPOSO, COMPANHEIRO DE VIDA, DE BIKE E MEU AMIGO) E EU
PAÍSES: 3
CIDADES: Em torno de 30 destinos que, de fato, exploramos
ESTADOS- PROVÍNCIAS: Na Espanha, contei 20. Portugal, 5,Marrocos, 1. 
KM RODADOS- 4.200 (quatro mil e duzentos de carro); 10 mil km (dez mil no avião);  220 mil (duzentos e vinte mil passos dados, sendo uma média de 10 mil por dia, segundo o relógio marcou)
STRAVA: Não pedalamos, mas andamos e corremos. 31 atividades no strava
FATOS OCORRIDOS NO PERÍODO: Bola de luz (fragmento de cometa) atravessa o céu de  Portugal e Espanha, em 18 de maio. E Aurora Boreal. 

Termino este post, olhando para o horizonte. Querendo mais. 
Junto comigo, meu parceiro de viagem e de vida, Luís Flávio.

Muito obrigada por sua leitura. 
Sentimos-nos privilegiados, não somente pelo seu apreço, mas por sermos capazes e termos meios e, principalmente, saúde, para viver tudo isso. 
Desejamos destinos, saúde, curiosidades e muitos carimbos no passaporte da vida a todos vocês. 



A carta

Era para ser só uma carta. Mas cada linha escrita traz a intensidade dos pensamentos de um pai, que se viu num acontecimento divisor de ág...