quinta-feira, 25 de novembro de 2021

O direito de sonhar e realizar

Diego Amaro de Almeida 

Lilian de Paula Santos


Estamos de volta!!!

A gente começa nosso texto já com uma dúvida.

 

Muito ainda se discute sobre os conceitos e o previsto nos universos feminino e masculino. 

O que já sabemos e temos como fato é que, até aqui, vencemos importantes barreiras e já convivemos compreendendo que “todos” têm o direito de avançar na direção sonhada, desejada e admirada. 

Mas há propriedade sobre o masculino e o feminino?

Neste sentido, cabe uma pergunta que fazemos sempre para as crianças: o que você quer ser quando crescer? 

De algum modo, sabemos que a carreira é fruto de algo ou alguém que admiramos, e estamos sendo influenciados o tempo todo.

Poderá uma filha querer seguir os passos de um pai, ou um filho seguir os passos de uma mãe? No que diz respeito às profissões, vale destacar a necessidade de se focar no bom trabalho que pode ser realizado, ao invés do gênero que seria ou não capaz da execução. O “ser” macho ou fêmea não é sinônimo de força, muito menos de compreensão. Com isso, não há obstáculos na maioria das profissões.

No caso de instituições centenárias, essa situação também vem mudando, sinônimo de oportunidade para que mulheres também possam executar atividades que, antes, eram tidas como algo restrito ao universo masculino.

Pensar nas possibilidades não é abrir mão das “diferenças” biológicas próprias de cada gênero. Mas é permitido que a união destes opostos possa representar grandes realizações; afinal, eles podem se completar e fortalecer. 

Quando pensamos em igualdade, temos que lembrar que a única coisa que nos iguala são as desigualdades, pois cada ser humano é único. E esse também é o “tempero” que nos permite compreender melhor o outro e criar espaços de grande multiplicidade e cooperação.

Nas últimas décadas, as Forças Armadas, antes tidas como um ambiente restrito aos homens, abriram suas portas e receberam as mulheres que desejam servir à nação. São aquelas que sentem disposição diante do dever e querem assumir o papel. 

Claro que, no entanto, quando somos primeiros em algo, passamos por todas as tormentas do desbravamento. Os obstáculos já não seriam fáceis, porém existe aquele que supera todos os outros: o obstáculo cultural.


Um jeito de liderar diferente;

Uma força física à sua proporção;

A integração dos gêneros.


A possibilidade de ter homens e mulheres sendo exemplos, que arrastam novas gerações para a carreira e ampliam, de maneira holística, todas as formas de atuar para servir essa nação de proporções continentais, é sensacional!

Não é de tão longe a notícia de que a Força Aérea Brasileira ganhou a sua primeira Brigadeiro. E está ainda para acontecer, mais especificamente amanhã, dia 27/11/21, a conquista do posto de Aspirante a Oficial de 23 cadetes do segmento feminino ,na Academia Militar das Agulhas Negras. Mulheres, meninas, militares, guerreiras, representantes de diversas partes do Brasil. Elas são chamadas de as pioneiras e cortaram o mato para que outras também sonhassem e realizassem o sonho de seguir uma carreira, antes só alcançada por homens, em 210 anos de criação da instituição.

As cadetes da Turma Dona Rosa da Fonseca, juntamente com os aproximadamente 370 cadetes do segmento masculino, carregam consigo a enorme responsabilidade de serem as primeiras na linha combatente, além de uma legião de torcedores, sejam eles identificados e outros tantos anônimos, que sabem que o Brasil só ganha com essa conquista.

Parabéns a todos que sonham, caminham, realizam e continuam a aprender.

Todo dia é só o começo de uma nova missão.




domingo, 8 de agosto de 2021

O olhar de uma jornalista no Caminho da Fé

Mineiro mente. Mas sempre para o melhor.

Uma subidinha se torna uma altimetria nunca experimentada antes. Que presente imensurável ter aceitado fazer o desafio do Caminho da Fé de Águas da Prata a Aparecida.

A aventura começou no dia 3 de agosto de 2021, quando embarcamos Luis Flávio, Eliana, Agrimar (Grima) e eu para Águas da Prata.

A 50 kms de chegar ao nosso destino, um problema mecânico quase nos tirou de nossos planos. 

O quarteto perdeu pra nossa Santa Fé (modelo de carro), mas não titubeou com sua fé em seguir adiante.

Demos um jeito e, no dia seguinte, 4 de agosto, demos início ao nosso trajeto de quatro dias pelas montanhas paulista e mineira.

Primeiro dia de pedal (4 de agosto de 2021)

Fomos abençoados pela temperatura. Apesar do frio, a brisa boa amenizou o impacto do pedal (calor em excesso).

Águas da Prata (saída às 8h) a Inconfidentes (chegada às 16h). Passamos por Andradas  e Ouro Fino (menino da porteira). Alguns tops fortes que aproximam se dos 20% de inclinação, mas também muita descida técnica, com costelinhas e pedra solta. Em toda chegada às cidades, o terreno despencava. Então já podia esperar que viria mais subida. Vale destacar Serra dos Lima e umas inclinações elevadas próximo à cidade de Inconfidentes.

Total conquistado. 83kms e 2.160 metros de elevação.

Parada no café Oasis. Carimbo em credencial em Ouro Fino.



Informações de hospedagem no dia que antecedeu o pedal

Dia 3- Pousada Casarão - diária 80 reais, com café da manhã. Excelentes o atendimento e o quarto. 

Dia 4- Pousada Caminho da Fé - diária 60 reais, com café da manhã + 25 reais com janta à vontade. Que comida maravilhosa! Lá também encontramos uma proprietária comprometida com o atendimento e com a sua fé.

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Segundo dia de pedal

Dessa vez,  contamos com o apoio do meu companheiro Luis Flávio.

Em Paraisópolis, o senhor Zé Afonso nos recebeu de um jeito tão nobre em sua pousada. Tamanha simplicidade ultrapassa qualquer riqueza que possa ser observada em outros espaços tão requintados. Esse tipo de atitude enriquece ainda mais o caminho. Torna-o ainda mais significativo. O Zé Afonso guarda em sua pousada um mural de fotos com histórias curiosas do caminho: desde o ciclista, que fez o caminho em um dia, ao peregrino, que também repetiu essa façanha em várias horas. A esse mural, ele fez questão de somar a história do amigo Grima, que, aos 68 anos, fez seu primeiro Caminho da Fé com uma disposição de dar orgulho e admiração em todos.

Já tinha ouvido do cunhado Jefferson, que fez o trajeto em abril deste ano, que o segundo dia era  o mais puxado. Então, mesmo temerosos, seguimos pra mais um dia, com objetivo de  diminuir ainda mais os 320 kms totais no caminho.

Saímos 7h da pousada Caminho da Fé e terminamos às 18h30. Passamos por diversas cidades (Tocos do Moji, Estiva etc), pela Porteira do céu, Serra do caçador e outras inúmeras serrinhas que, no acumulado, sugam muito. Por isso, tornam-se imprescindíveis o apoio e o consumo de água e alimento e muita partilha de fé e superação.

O caminho é duro, mas tão mágico e único. Ele é repleto de capelas, mirantes, banquinhos, frases de incentivo em placas e porteiras. Em uma das capelas, havia remédios, absorventes, água fechada, chocolate, barra..... Impossível não se emocionar. Eu aqui CHOREI.



Remédios, água, absorvente, alimento

Com toda a certeza, este foi considerado, por nós, o dia mais difícil do pedal. Mas, como num passe de mágica, a hora que o cansaço apertava, ou encontrávamos pela frente peregrinos fazendo a mesma trajetória, demais apoios e seus relatos, algum animal interagindo conosco (boi e ema) ou  chegávamos até o Luis e éramos agraciados por seu apoio. Decidimos ir além de Consolação, esticamos ainda mais o pedal, que já era difícil. Chegar a Paraisópolis só foi possível com a luz do farol do carro o qual Luis pilotava, já que era noite. O km final nos deixou aliviados.



           Subida (acho que na Serra do Caçador)


Capela com água, chocolate, barra de cereal


Grupo de ciclistas subindo rumo à Porteira do Céu

98kms e 3.249 de elevação acumulada.

Informações de hospedagem 

Pousada Peregrinos da Mantiqueira- 60 reais, com café da manhã. Neste dia, pedimos um bom Marmitex por 17 reais.

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Terceiro dia de pedal 

De Paraisópolis a Campos do Jordão.

Neste dia, saímos às 8h e chegamos às 17h, em Campos do Jordão. 

Após a saída da pousada, foi então momento de enfrentar a tão inclinada Luminosa e Quebra perna. Antes, porém, até os pés da Luminosa 27kms incluíam muitas subidas. Mas começar os quase dez kms de Luminosa foi uma honra. Um caminho carregado de beleza, no qual faltam capelas, mas sobram frases de incentivo e uma natureza única.

Após a Luminosa e quebra perna, mais uns 12kms, passando pelo bairro do Campista, até Campos do Jordão, de FATO.

Luminosa 


Eliana vencendo uma subida 🙏🙏



Placa de aviso Divisa Luminosa Campos

 Apoio do Luis


Vídeo quase no final da Luminosa


60kms com 2.326 de altimetria

Informações de hospedagem

Pousada Nosso Cantinho- 100 reais por pessoa, com direito à janta e café. Bete e seus pais dão um show no atendimento. O espaço é muito confortável.

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Quarto dia de pedal

Nesse dia, o frio de Campos do Jordão exigiu demais. A mão congelou ao enfrentar 2 graus no termômetro, ao saírmos da pousada às 7h30. A subida de 7km em São José dos Alpes é tranquila. Em seguida, mas duas subidas leves até à Casa de Vidro. E daí só despenca até o Monte Verde. Mas quando já se está em casa (Guaratinguetá), a gente fica até mais tranquilo. 

Não sei o que aconteceu conosco, mas conquistamos uma energia ao chegarmos na região da Pedrinha. Viemos bem rápido e logo nos separamos com a gigante Basílica.

A chegada a Aparecida se deu por volta de 12h30, com uma especial recepção de minha família (mãe Paula, irmã Elizete, amigo Diego, sobrinhos Victor, Felipe e Pietra). E os amigos Rachel e Thiago, fotógrafo que me presenteou com muitas fotos).

Sem dúvidas, essa foi uma enorme e grata aventura.

O quarteto foi perfeito.  O apoio foi divino. As bikes não deram problema. E o nosso cansaço foi na medida. Saímos melhores, mais unidos e fortalecidos.

Agora é sarar a assadura 😂😂.



        Um pastel na amada Lena, no Gomeral



Sem legenda à altura. Minha amada mãe

Família, meu grande amor (irmã e mãe lindas)



                   62km, com 740 de altimetria                       

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Informações sobre a credencial e o certificado.

A credencial pode ser comprada por R$20 na Pousada do Peregrino, em Águas da Prata. O certificado de participação sai por R$10, no Ponto de encontro, já na Basílica de Aparecida. 

Só pra conferir abaixo os 8.500 de altimetria acumulada em 320kms percorridos em 4 dias.


                           Altimetria do 1°dia

Altimetria do 2°dia

Altimetria do 3°dia 
 
Altimetria do 4° dia


Até a próxima!!!!

Dessa vez, eu no apoio.




 

quarta-feira, 30 de junho de 2021

Ouvir ou falar!

Temos dois ouvidos e uma boca! 

Assim diz uma expressão popular, na qual se observa uma sabedoria sem igual. Nos faz lembrar que, ao observar nosso corpo, podemos compreender que ouvir é o mais importante. 

Permita-nos recorrer a outra expressão popular.

O papagaio que vale mais é aquele que observa.

Será que estamos ouvindo ou escutando melhor? Assim como falar pode ser considerada uma arte, o escutar é uma condição que exige de nós ainda mais técnicas do que o comunicar.



Somos uma sociedade formada por indivíduos que, em sua maioria, ama falar, se posicionar e defender seus ideais. Mas será que escutamos? Será que estamos atentos aos outros? Se observarmos os últimos tempos, acho que os pontos associados à audição deixaram de existir.


Ansiedade, arrogância, intolerância, carência são inúmeros os sentimentos que permeiam essa condição de mundo.


Afinal, desde a história antiga, nós nos gabamos e salientamos os grandes oradores. E quase nunca os observadores. 

Ser ativo = fala; 

Ser passivo = escuta.


Também nos gabamos que o ser humano é a única espécie que produz conteúdo sobre si mesmo. Mas esse conteúdo é também construído, em grande parte, pela observação dos fatos.


Tesla observou e criou; Darwin observou e criou. Inúmeros cientistas atuais também observam e criam.


A linguagem, mais do que as palavras, expressa sentimentos, e, por isso, deve ser percebida com atenção. Pois, além do dito, existe o não dito (sentimento, expressão etc) ouvidos e olhos atentos perceberão.


Escutar, acolher, estar para o outro. 


A arte de observar nos ensina a mansidão da vida. Mostra que o silêncio não é apatia e que, de fato, o ouvir é aceitar o próximo em sua integridade.


Em tempos de tanta intolerância, aproveitamos para dizer que ouvir uma opinião diferente é praticar além do observar, é também nos abrirmos à existência de uma visão muito diferente da nossa. Nem que seja pra dizer – Isso não serve pra mim.


No fundo, vamos perceber que vivemos os mesmos problemas, que lutamos pelos mesmos ideais e que possuímos soluções distintas que juntas podem fazer a diferença.


Não podemos esquecer:


Dialogar é falar, mas também ouvir!


Realmente escutar o que o outro diz.


Aqui vos fala dois seres que seguem dialogando um com o outro. Aprendendendo e desaprendendo.



‌Até a próxima.





segunda-feira, 7 de junho de 2021

Mulheres, sempre presentes!


E, agora, com a possibilidade de serem livres.



A atualidade tem garantido espaços e condições às mulheres que antes só eram “pertencentes” aos homens.

Quando as mulheres, porventura, desempenhavam alguns dos papéis masculinos, era simplesmente por necessidade cotidiana e, ainda assim, “invadindo” minimamente o “mundo” que não era delas. 

Os séculos passados impediam as mulheres de serem aquilo que elas queriam, já que os homens ditavam como elas deveriam ser, sentir, comportar-se. Até mesmo seu sorriso era algo controlado pela sociedade. Sem possibilidades de serem humanas, viviam presas às condições impostas pelo masculino.

A mãe, sempre comparada à Nossa Senhora, tinha que buscar, da forma que era possível, sempre parecer a Virgem Maria.

Foto: à esquerda, Maria Augusta de Oliveira (1879). À direita – banco de imagens do CANVA (atual)

Muitas mulheres tiveram que agir, conforme as exigências da sociedade de seu tempo. Porém, mulheres como Maria Joaquina de Almeida, viúva fazendeira, ao se perceber obrigada a assumir o papel de mando, mantinha a fisionomia das regras da época, usando luto por toda a vida, após a morte do marido, e não fugindo das regras de convivência social do seu tempo, mas exercendo com maestria a administração das fazendas e dos negócios do café.

Sua vida foi pontuada pela imposição e        superação do papel tradicionalmente reservado às mulheres na estrutura social e econômica da época, principalmente durante o período de viuvez, deixando transparecer a delicada trama do tecido conjuntural no qual viveu. [...] (ALMEIDA. D. A. Maria Joaquina de Almeida: a Senhora do Café. Cachoeira Paulista, SP: MTB, 2016).

Novamente, ao observarmos o passado, vemos as mulheres, no século XVII, no Brasil.  Dona Mariana de Souza Guerra e Dona Ana Pimentel (Capitãs Donatárias das Capitanias de Itanhaém e de São Paulo), responsáveis por processos de colonização. Caso curioso, porém comum. Situação que demonstra que, sempre que necessário, as mulheres assumiam posições importantes em cada tempo. Acreditem, se fôssemos citar cada uma delas, sem dúvidas, mil páginas seriam pouco para retratá-las.

O tempo passou e, dia após dia, as mulheres foram conquistando seu lugar. Ainda estamos longe do ideal, porém caminhando. Neste ponto, temos algumas perguntas que devemos fazer, de forma a manter as mulheres em um caminho de liberdade, no qual as posições já não as façam reféns de ideias, que não respeitam sua maneira de se sentirem integrais.  

O que é ser mulher no século XXI? Uma pergunta simples com uma resposta complexa. Ainda mais se pensarmos que as mulheres podem ser tudo o que elas quiserem, desejarem ou sonharem. Não há mais limites legais, como até pouco tempo observamos.

A questão é: quando vão realmente permitir que a mulher seja mulher no mundo do trabalho? Afinal, nosso mundo ainda é pensado para os homens, espaço em que a maioria das questões compreende os aspectos biológicos masculinos, e o feminino é obrigado a se adaptar a eles ou deixá-los. 


Como podemos mudar essa condição? 

Simples! A exemplo dos homens, as mulheres precisam de representação. Uma mulher pode compreender melhor na pele o que outra mulher pode precisar e sentir.

Ao mesmo tempo, percebemos o nascer de certos discursos que querem impedir a mulher de escolher, os quais, disfarçados de defesa, têm como intuito obrigar as mulheres a uma falsa “liberdade”. Contexto este em que elas acabam vítimas de um discurso. 

Basta observar algumas mulheres em diferentes papéis, que, mesmo se vendo obrigadas a agir como homens, desempenham com maestria sua função e garantem um toque típico do feminino.

Existe uma infinidade no “ser” mulher, nas formas do feminino. Tomamos a liberdade de pensar em três possibilidades distintas de mulheres, para ilustrar possibilidades deste vasto mundo que o feminino pode ocupar, e a partir destes exemplos, podemos pensar em muitas outras formas de ser. 

Mulher 1: adora o brilho, o conforto, o dourado. Aprecia a sofisticação, coisas e situações que lhe tragam conforto e beleza.

Mulher 2: querida, carinhosa, preocupada com todos ao seu redor e que se destaca pelos seus dotes culinários e cuidado na alimentação das pessoas que ama. Costuma ser extrovertida e assumir a liderança da casa. É muito respeitada pela sua sabedoria e pelo seu comando.

Mulher 3: sempre ativa e, no farol, mantém os desafios. Adora criar, não fica parada e sempre está em busca do seu objetivo, com muito foco. Inteligente, altruísta e vaidosa. De presença marcante, está sempre disposta a agir e assumir o controle das coisas.

Você, mulher, se viu em algum desses perfis? Reconheceu a mãe, a amiga, a irmã em algum estereótipo? 

Aqui, baseamo-nos em características de alguns arquétipos, melhor compreendidos pela psicologia, como forma de dizer que há muita riqueza intelectual, espiritual e física em cada mulher. Não importa que seja a Afrodite, a Deméter ou a Atenas. Não importa que hoje elas se trajem de Priscilas, Pietras e Marias. Nem que sejam Paulas, Antonietas e Elizetes.

Todas elas, sem distinção, têm no íntimo biológico algo que as diferencia e que as faz seres únicos. Cada uma leva consigo a maternidade manifestada de diversas maneiras. Seja no gerir um ser, seja no cuidar de um cão, gato e até de um lar de idosos. Seja na forma como cuidam do mundo onde estão. No fundo, elas só desejam caminhar livres para pensar, executar e ser.

Longe de ser um discurso feminista. Até porque aqui lhes falam uma jornalista totalmente "livre" desse conceito e mais atrelada à visão dos dois mundos (masculino e feminino) e um historiador, escritor, estudioso de gênero e admirador do feminino.

Ambos pensam que as vitórias dos gêneros devem ser comemoradas aos mesmos moldes. E o eco para o feminino vai ser menor, pois o megafone mais potente ainda está nas mãos do homem. Muitas vezes, o equipamento nem funciona, mas faz um barulho (rsrsrs).

Comemore a vitória do outro, comemore a conquista delas e deles. E saiba que cada um contribui com sua particularidade e peculiaridade na construção do mundo e das histórias.


Até a próxima.

Que prazer ter você AQUI!




sexta-feira, 21 de maio de 2021

O café do passado e o café do presente

Quando apreciamos esta bebida, muitas vezes não percebemos toda a sua história e importância cultural. Uma bebida que trouxe prosperidade ao mais simples agricultor e grande riqueza aos que ficaram conhecidos como “Barões do Café”.

O café de origem árabe, chegou ao Brasil pelas mãos de Francisco de Mello Palheta, que foi presenteado com mudas da rubiácea, em visita às Guianas.

Com isso, por volta de 1720, o café foi trazido ao Brasil. 

Sorte a nossa!!!!!


Porém, seu grande florescer foi no Vale do Paraíba Fluminense e Paulista. 

O café não é algo que mudou só a economia, mas também mexeu com nosso jeito de pensar, relacionar-se, consumir, ser… 

Fez com que o Vale do Paraíba se tornasse uma grande potência. As vilas e freguesias cresceram e o cenário mudou, por conta do grão. A mata foi derrubada, os sertões deixaram de ser incompreensíveis. A Estrada Real Caminho Novo da Piedade foi o caminho por onde as grandes propriedades cafeeiras se constituíram e deram forma aos municípios, que hoje conhecemos.

Com a riqueza do café, foi possível a instalação das estradas de ferro. 

E, pelos trilhos do trem, a cultura da corte e das capitais se fez presente. Os salões e os saraus começaram a substituir o único espaço que, antes, era possível para o convívio social: a igreja.

O café mudou nossas relações e continua fazendo parte de nosso cotidiano.

Se antes trouxe a riqueza, hoje é a bebida que embala nossas tardes de trabalho, reuniões e até se torna o bom pretexto para uma conversa rotineira entre amigos.

A gente comemora, a gente celebra, a gente vibra ao experimentar um novo café.

E tem pra todo gosto....

Café mineiro, paulista, passado na hora, no cuador, na garrafa adoçado, gelado, em drinks, café de mãe, café de amigo, café de bolerias, café da vida.


Um bom café nos permite viajar e viver.

Há cafeterias que celebram a arte do bom café com novidades diárias.

Há também os capuccinos que ganharam o gosto da população. Mas o famoso cafezinho não perde espaço nunca em nossa vida.

Tanto prazer em tomar um café, que isso se comprova nos números.

Em casa, saem quatro xícaras por dia. Mas no local de trabalho, são duas jarras quentinhas na hora. (Aqui quem fala é Lilian).

Somos um dos maiores consumidores de café do mundo.

E também de uma boa comemoração regada a bom papo, amizades verdadeiras e duradouras, além do convívio em família.

Com tudo isso, finalizamos dizendo.

Sorte a do café por ter sido escolhido para brindar boas reuniões de nós, humanos.

Por aqui, tem serviço de sobra para essa prazerosa bebida.

E você, gosta de café?





sexta-feira, 7 de maio de 2021

A vida é um sopro!

Nunca na história desse mundo contemporâneo a morte esteve tão latente.

Ela segue sendo a protagonista num contexto de pandemia.

Segue sendo a dor final de quem fica com seus cacos de lamento para serem remendados.

A morte a que estamos nos referindo é aquela que cessa a vida física. Há um tempo previsto que se determinam pra vivermos o luto, estabelecem até alguns dias para entender, digerir e caminhar novamente.

E dizem para você: Vai passar, você será confortado. Ele ou ela estão em paz. E você tenta ao longo de seus dias, como um mantra, repetir que isso é verdade.

Mas o que se discute aqui é que, para além da morte física, o que não estamos tendo tempo de deixar as pessoas enlutadas em seu canto, pois todo dia elas estão sendo lembradas que a vida cessou aqui, ali, aqui, ali novamente, seja por COVID ou por outra doença, acidente e demais fatalidades, há a morte da dignidade, da coragem, do anseio pela esperança. Há mais de um ano estamos assim.

O retrato de família parece mais vazio em números e alma. Um pai tenta olhar para o seu filho com a certeza de dias melhores, mas ele não tem isso como sua força base. Como transbordar esse conhecimento aos seus se isso lhe falta? 

Com essa condição, lá do espaço, um observador da terra diria: estão todos meio perdidos no planeta azul. Acho que agora a sociedade deu bug, pifou. É o fim! 

Mas é aí  que se percebe a enorme  capacidade de adaptabilidade inerente ao ser humano.

Ele aprende com a dor. Ele cresce no campo infértil e  passa a transmitir novamente aquela essência que o faz vivo.

E, mesmo vivendo com a dor, a dúvida, o medo, a saudade e até a indiferença, todos os dias ele encara a vida de frente. Afinal, não há outro meio.

E, quando vê, no mar revolto, encontra quem reme contigo.  Se separa com quem prefere remar a furar o barco. Com quem torce pela sensatez do piloto, ao invés de vibrar pela queda do avião. E dança ao mesmo som da música desse novo anjo que surgiu em seu caminho.

A partir daí, ele seleciona o que vale realmente a sua atenção e a sua alma por inteiro. Pois, ninguém pode ser do outro se não é, antes de tudo pra si.

Seja para si, cuide de si. Fazendo isso, você  pratica a doutrina do todo, e se alimenta de cuidado, amor, empatia, gratidão.

E mesmo com tudo isso, ainda haverá dúvida, revolta, medo, a certeza de que a vida é um sopro, e isso fica tão evidente quando perdemos os nossos entes e vemos que eles eram inseputáveis e, portanto, deveriam ser  inseparáveis de nós. Mas não está no nosso comando.

A diferença é que a prática de um equilíbrio diário te dá base para chorar e agradecer ao mesmo tempo. Para se cuidar e cuidar do outro indiretamente. De ser exemplo ao próximo como fonte de cooperação sistêmica. 

De fato, a gente não sabe nada de nada. Mas desejamos que com essas novas práticas, que, ao menos o ser que está em algum lugar nos observando, tenha orgulho dessa sociedade de aprendizes.

Até a próxima!!!!




sexta-feira, 9 de abril de 2021

O líder e o cidadão

                   Por Diego Amaro de Almeida e Lilian de Paula Santos


Assim como alguns temem um grande monstro, há outros que temem a democracia. Temor compreensível, caso não tenhamos noção desse importante exercício.

Somente dia após dia, estudo atrás de estudo, cases e mais cases, é que venceremos! Afinal, para nadar de braçada, precisamos conhecer. Um belo espetáculo de dança torna-se prazeroso de ser visto e nos provoca a sensação de que foi fácil chegar até ali. Mas é somente nos bastidores que conhecemos e podemos contabilizar as horas e mais horas transformadas em dia de treinamento. De tanto treinar, o dançarino se torna dono de sua arte.

E foi também pelo conhecimento que a humanidade chegou a esse nível complexo de regime político. O que difere a democracia dos outros sistemas de governo não é apenas o fato de escolhermos nossos representantes, mas, sim, para além disso, pois os que governam não têm poder para agirem sozinhos. De nada eles têm em comum com aqueles que governaram em outros tempos e que agiam por conta, decidiam, não dando aos seus servos nem mesmo o direito de optarem em não fazer, já que as punições daquele tempo poderiam levar a pessoa à ruína ou até mesmo à morte.

A democracia é o único sistema que nos cobra a “responsabilização” independente de em quem nós podemos votar. E somos nós (todos nós) os responsáveis pela democracia, pelo governo.

A nação não se trata de um barco que navega conforme a maré, ou mesmo é trapaceada para afundar em mares profundos. Se desejamos um Estado moralizado, precisamos começar a moralização em nossa vida.

Já ouviram o ditado: “A palavra convence, mas o exemplo arrasta”? Então, no que estamos pecando? Se pudéssemos apostar, cremos que seria no fato de não termos entendido até agora nossa condição de cidadão.

Desde os tempos mais remotos (do preto e branco rsrsrs) da humanidade, sempre fomos submetidos à presença de um “líder”. Aceitávamos aqueles que, com força, pudessem nos guiar contra os perigos, que eram diversos, e na busca das muitas necessidades que possuíamos. Mas, com o tempo, aprendemos a plantar e nos tornamos sedentários. Nesta época, o “líder” era aquele que nos defendia de outras tribos e nações, porém ainda uma posição à qual os demais eram condicionados com certa submissão. 



O mundo caminhou (agora colorido) e a política também. Tornamo-nos repúblicas democráticas e deixamos de ser servos para assumir a posição de CIDADÃO. Só em 1789, com a Revolução Francesa, é que alcançamos ideias que nos fizeram compreender esse novo destino. Mas, ainda assim, não o nosso papel. 

O que precisamos para ser cidadão, sem, de fato, esperarmos os milagres de um “Salvador”, o qual seria ainda esse “líder” tribal a que aprendemos a obedecer e dele tudo esperar? São milênios que nos separam de um passado. E continuamos agindo da mesma maneira, ou seja, acostumados a não fazer nossa parte. Algo cultural e fortemente enraizado. Ainda bem que é cultural, pois a cultura é viva e pode ser transformada. O trem sempre para nas estações para novos embarques.

Então, voltemos ao conceito de democracia...

Dmocracia é o modelo que precisa compreender que o DIREITO é do indivíduo e o DEVER é do cidadão, e ambos se traduzem em liberdade. Uma constituição é a garantia de cidadania! Dela até podemos discordar; afinal, ela mesma admite emendas, mas jamais descumpri-la. Temos o livre-arbítrio, que também não nos isenta do respeito mútuo.

 Em um sentido mais amplo, liberdade é saber, é conhecer. Por isso, também, em certos momentos, as pessoas perguntam: “onde está a liberdade? Se sou livre, eu tenho que poder escolher”. Pois é, você é livre para escolher, desde que a sua escolha não venha ferir a liberdade do outro.

Aqui cabe dizer que buscamos apenas um relato de cidadania, sem nenhum viés político. Pegamos aqui um exemplo muito atual: a condição da vacinação. Podemos até não concordar, mas será que podemos não “tomar” a vacina? Se eu não tomar uma vacina, estou ferindo a liberdade alheia, e, neste caso, a minha liberdade não pode ser respeitada, pois o “mal” que posso provocar não se resume a mim. E, neste sentido, cabe-nos a reflexão de nossos hábitos.

 No impulso imediatista da sociedade, cabe-nos remar a favor do barco, sem acelerar e nem lentear demais. Remar juntos não necessariamente nos faz homogêneos, mas, sim, seres plurais e que somam à cultura do outro.

Sem esquecer que o voto é o primeiro passo para a cidadania, seguido é claro do ato de tomar para si as responsabilidades da nossa constituição federal. 

Nos atos mínimos do nosso cotidiano, respeitar questões básicas, como atravessar na faixa, descartar o lixo de forma correta, ter atenção ao consumo de água. E por aí vai! 

Não é difícil, é questão de hábito.

Lembre-se que só a sua ação será capaz de provocar a mudança essencial para todos.


                                                 

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Ofensas gratuitas no mundo dos "corajosos do teclado". Quem é o vilão?

(Entende-se pelo sujeito  VOCÊ do texto, um ser genérico, ilustrativo, apenas reflexivo).

Parte de mim curte sua postagem.

Parte de mim te repudia.

Parte de mim vota em sua causa, outra parte te sabota pelas costas.

Afinal, que ser humano sou eu?

Já pensou em quantas vezes você embarca em causas e projetos que não lhe cabem ou que não são de seu feitio só pra se integrar?

Mas como há maneiras de se integrar com o que não lhe cai bem?

A gente segue alguém nas redes sociais e o venera até a página 12. Até que ela vai e solta meia dúzia de verdades na página seguinte e você, na mesma intensidade do clique que a seguiu, torna-se "o corajoso do teclado" e a deleta de sua vida.

Como se todo o aprendizado adquirido ao longo do tempo com aquela pessoa não tivesse valido de nada.

Memória de peixe ou ignorância mesmo!?

Não sabemos dizer!

O "você" do texto nem sabe quem é, então como vai poder seguir alguém que o agrada sendo que nem compreende o que quer, seus anseios e expectativas.

Infelizmente, foi dado a todos o direito de vomitar palavras a torto e a direito sem saberem o quanto, de fato, elas ofendem. Ofendem, pois estão trajadas de falso elogio. O autêntico de hoje é grosseiro. "Algo de errado não está certo nesta nova concepção de mundo".

Se você parasse para pensar no peso de um soco no tatame de MMA, perceberia que nem de perto ele é tão intenso quanto uma falsa curtida, torcida ou comentário.

O mundo dos corajosos das redes estragou amizades verdadeiras, relacionamentos forjados a muito sacrifício e vitória.

O torcer pelo outro deixou de ser algo afetivo e autêntico para ser algo comercial e sazonal.

O que temos contra o mundo virtual? NADA! Ele deu voz pra quem não tinha, mas também ajudou a trajar ainda mais lobos na pele de cordeiros.

Certamente, você já deve saber o quanto de pessoas bloqueou, cancelou, repudiou e se gabou por ter conseguido mostrar seu ódio, sem ao menos ter chegado a conhecer, de fato, a pessoa e seu histórico biológico.

Como se fosse uma conquista prazerosa e sádica, você comenta algo grosseiro e modal, pois mais importante do que bloquear, é ser visto e reconhecido por sua maldade.

 Sou talentoso, você pensa!

Faço sucesso, você acredita!

Enquanto isso, você nem imagina que sua postura no mundo real e de "bons modos" de convivência não está na moda e nunca estará.

Na mesma velocidade do uso de um copo descartável (13 segundos), você também se torna desprezível, esquecido e um ser inútil, que não serve nem para peso de porta.

Os idiotas de sua gangue também seguem perdidos por aí, mas assim como você, mesmo depois de uma porrada dessas, cada um só está preocupado com seu umbigo, e nem sequer olha para o lado para se juntar com seu bando.

Enquanto isso, no mundo de práticas saudáveis de convivência as relações de amizade seguem firmes, a torcida saudável pelo outro ganha novas vozes e agregados. Num campo fértil de amor, a intolerância pode até desabrochar, mas é no mínimo encarada com a maturidade de tamanho único que cai bem em qualquer ser humano.

“Ser ou não ser, eis a questão!” Na célebre frase dita por Hamlet, podemos buscar a inspiração para refletirmos ainda mais sobre esse tema, que envolve nossa posição nas redes sociais.

Diríamos que tudo está conectado à EDUCAÇÃO. Pois a verdadeira educação promove o diálogo e não a discussão, acolhe e não exclui, busca entender e não condena, se informa e não simplesmente inicia um duelos por “paixões esportivas”.

Qual a necessidade de atacar as pessoas nas redes sociais? Por qual motivo usar de tamanha violência?

É essencial a busca pela compreensão, afinal todos têm seus motivos, vivemos em uma sociedade multicultural, diversa e nem um pouco homogênea. Esses pontos já deveriam ser o motivo para você pensar duas vezes antes de provocar qualquer ataque nas redes. Acolher ideias e transformá-las no diálogo sempre será a melhor opção.

Uma grande falta é a  EMPATIA, você quer que todos entendam suas dúvidas e aceitem seu modo de ser! Mas quantas vezes fez o mesmo?

 As redes têm mostrado cada vez mais que a empatia é coisa que pouco temos alcançado, a cultura do cancelamento, invade cada dia mais nossas vidas. Como se pudéssemos simplesmente “deletar” as pessoas e os problemas. Com isso, nos afastamos ainda mais da solução, sem perceber que, na maioria das vezes, "lutamos" pelas mesmas causas, por problemas comuns.

Com o mínimo de paciência e afeto, podemos desenvolver a sociedade que buscamos, pois acredite, buscamos as mesmas coisas, o que mudam são cores e sabores. Mas no fundo todos desejamos nossos direitos, entre eles, sem dúvidas o de nos posicionarmos. Que isso seja feito de forma madura e não do “postei e sai correndo”. Sejamos mais ouvidos do que boca, afinal como diz um velho ditado “temos uma boca e dois ouvidos” que, por sinal, era um bom ditado para nos provocar a empatia. Quando realmente escuto o outro, percebo suas inquietações e respeito suas opiniões.


É preciso que você aprenda a usar os recursos que o mundo digital te concedeu. 

Temos uma ferramenta sensacional que pode construir uma sociedade integrada e próxima.

Muito obrigada pela sua leitura. 

Até a próxima!


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