Lilian de Paula: janeiro 2024

Quem aí ama um quebra-cabeça?

Confesso que sou meio impaciente e lerda para fechar um. Esse talento deixei para uma amiga irmãzinha e meu sobrinho e afilhado mais novo, Antonio.

E por falar em família, hoje dedico um pouco de minhas linhas a escrever sobre eles, meus irmãos, que completam o retrato de minha vida.

Tenho quatro irmãos, ou melhor, seis. Dois faleceram antes de nascer. Mas os considero.

Entre minha irmã mais velha e o mais novo são 12 anos de diferença.

*Somos escadinha.

*Desejados.

*Parceiros.

*Amigos.

*Nos amamos, nos lapidamos mutuamente.

Você aí tem ou teve essa relação com os seus?

Conte-me nos comentários.

Vou tentar descrever o que cada uma completa em mim.

Sim! Como se fosse uma carta de despedida, pois no fundo é! Somos um novo a cada dia. Nos despedimos do ontem e nos apresentamos para o amanhã.

A minha amada Angélica jubilou em 2023. Em seus 50 anos, já viveu tanta coisa.

Construiu uma vida ao lado de seu esposo, meu cunhado Jefferson.

O que me faz amá-la?

Seu jeito contrastante. Ela cuida, é amorosa e, ao mesmo tempo, direta e até seca rsrsrs. Na hora que a gente pensa estar distante, lá vem ela com alguma dica, partilha ou até algum presente.

Ela continua a fazer o que sempre fez, desde que cada um de nós passou a integrar sua vida, a partir dos anos 70 e 80.

Meu exemplo. Minha amiga. Minha paciente irmã, que me aceita e me acolhe.

Linda, guerreira, apaixonada por tatuagem, filhos, gatos, trabalho, academia e pelo cantor Hungria.

A preocupação em cuidar te acompanha, isso é coisa de gigantes.

Você é!

A minha segunda irmã, Adelita, é, sem dúvidas, a mais peculiar de nós. Digo isso, pois desde pequena já dizia que era adotada para qualquer um que perguntasse. Bobinha, somos cópias! Não sabemos até hoje de onde tirou isso rsrsrs. Sempre muito discreta, ainda mantém um jeito envergonhado ao sorrir, que só ela e os filhos têm. Ou seja, o que é bonito ela tatuou nas suas gerações.

Ela é de poucos amigos, não por nada! Mas é que ela completa em si mesma, em nós e nos poucos irmãos por escolha que foram agraciados por fazerem parte de sua vida.

Eu a amo, pois ela é alegria, é teatro, é show, é criativa, é guerreira, pequena e, ao mesmo tempo, uma loba.

Eu vejo sua força nos gestos, no vigor que transmite, mesmo estando no ápice do cansaço reflexo da rotina diária de quem luta. Aprendo com ela todos com ela.

Eu costumo dizer que essa minha terceira irmã Elizete, é gêmea da segunda. Não pela aparência somente, mas por se identificarem em tantas coisas. Inclusive, na formação de seus filhos, nas dificuldades que só uma mãe pode entender, ainda mais no contexto deste mundo feroz.

Essa minha irmã e vizinha é maravilhosa, expansiva, festeira, preocupada, dedicada, doce, amável, crítica, criativa e bem-humorada. Sua casa e seu coração se arreganham para os que ela ama.

Sobram adjetivos mas, na real, falta um que a expresse em sua imensidão. Ela é um tesouro.

E daí vem eu...

Talvez a mais falha, observadora, aprendiz de todos eles.

Sou também a mais privilegiada por tê-los comigo.

Como sou!

Os nossos amados pais tentaram mais um filho, queriam um homem!

A saga pelo preferido kkkk.

No entanto, perderam duas gestações.

Valeu a pena tentar!

De tantas tentativas, nasceu a perfeição.

O mano Eduardo, ou simplesmente, Dú.

Ele é um espetáculo de ser humano.

Como irmã caçula, perdi o trono para esse guri, que nasceu em um dia ensolarado, em 3 de fevereiro de 1985. Cada segundo de infância, adolescência e maturidade ao seu lado pagaram a perda do trono.

#nessavidatapago!

O Dú é um pouco de cada um de nós.

Ele tem o gesto de entrega da Angélica;
Repete a discrição da Adelita;
Criativo como a Elizete; e
Pegou a minha beleza. Brincadeira kkkk. No que eu e ele parecemos? O nosso lado sonhador e disruptivo latentes.

Ele repete muito da fonte jorrada pelos nossos pais.

Quando nos abraça, sentimos a proteção da mãe e o conselho do pai.

Ele consegue ser o tio amado, o irmão que pode "tá na merda", mas tá sempre disposto a dar um conselho. O amigo!