Eslovênia, Croácia, Bósnia-Herzegovina, Itália, Áustria e Turquia
Que prazer estar aqui para relatar o que foram esses 20 dias de férias 2025.
Luis Flávio e eu, Lilian de Paula, protagonizamos as linhas abaixo e te convidamos a ler e sentir o mesmo prazer que vivemos nesses dias muitas experiências.
Aos poucos, estou subindo vídeos em meu canal oficial no youtube. ACESSE AQUI.
A Turkish Airlines, apesar de inúmeros contratempos ao longo dessa nossa viagem, neste caso, foi atenciosa e nos forneceu jantar e café da manhã no próprio terminal. Ainda assim, foi desgastante. Tentamos descansar em áreas abertas, mas o aeroporto estava em obras — fechar os olhos foi missão impossível.
Embarcamos às 7h15 e, pouco mais de uma hora depois, às 8h50, aterrissamos na Eslovênia, já conectados com um chip internacional. Passamos pela imigração, mas o policial estranhou o fato de estarmos viajando para a Eslovênia. Revistou nossas malas mais uma vez. Quando comentamos que éramos fãs do ciclista Tadej Pogačar, ele logo sorriu e pareceu simpatizar conosco.
Alugamos nossa primeira van home!
Cerca de 30 dias antes da viagem, iniciamos as tratativas com uma empresa de aluguel de motorhomes em Šenčur, nos arredores de Liubliana. Recomendo demais essa modalidade de viagem: a estrutura de campings na Europa é impecável! Além disso, optamos por comprar mantimentos, cozinhar nossas próprias refeições e, claro, economizar. Sem falar no charme de poder estacionar em áreas públicas ou privadas e, de repente, já estar “em casa”.
Perdemos a conta de quantas paisagens deslumbrantes admiramos da janela da cozinha, enquanto fazíamos paradas estratégicas para o almoço.
Na Eslovênia, Croácia, Áustria, Bósnia-Herzegovina e Itália, encontramos muitos estacionamentos que, além da vaga, oferecem energia elétrica — como foram os casos em Postojna (Eslovênia) e no Parque Hohe Tauern (Áustria).
Ursha, da empresa Hiša na Kolesih (que significa "casa sobre rodas"), nos recepcionou no Aeroporto Jože Pučnik de Liubliana. Pouco depois, conhecemos nossa nova casa sobre rodas. Ursha nos contou que éramos apenas a segunda família a alugar aquele veículo, que tinha rodado somente 3.133 km!
Fizemos questão de parar na famosa rotatória dedicada ao nosso ídolo do ciclismo, Tadej Pogačar — uma homenagem emocionante!
Depois de horas sem dormir e uma longa escala, estávamos exaustos. Decidimos passar a noite no camping Kamp, em Dolenjske Toplice, Eslovênia: um local silencioso e acolhedor, à beira de um rio tranquilo.
Durante uma caminhada pelo centro da cidade, encontramos Sr Branco, um simpático esloveno. Conversamos sobre a cultura local, o idioma e, claro, sobre o nosso ídolo Pogačar. Branco também nos deu ótimas dicas de lugares imperdíveis, como Predjama e Postojna, que visitamos mais adiante nesta viagem.
De volta à nossa van home, preparamos o primeiro jantar na nossa “casa móvel” e, enfim, descansamos… Foram 14 horas de sono ininterrupto, mais do que merecidas! O camping custou apenas 30 euros, com tudo incluso.
15 de maio
No dia 15 de maio, já revigorados, deixamos o camping às 14h20 para percorrer os 192 km que nos separavam da Bósnia-Herzegovina, passando, antes, pela Croácia.
Após apenas uma hora de estrada, cruzamos a fronteira croata. Na imigração, exigiram a documentação completa: nossos passaportes e os papéis da vanhome.
Assim como acontece nos Estados Unidos e em diversos outros países europeus, na Croácia o sistema de abastecimento funciona de maneira prática: você mesmo enche o tanque e se dirige para o pagamento diretamente na loja de conveniência.
Foi ali, na nossa primeira parada para abastecer — em Lung Slunj — que constatamos: a van home fazia 12,5 km por litro!
Nada mal, considerando o conforto que ela nos proporcionava.
Pouco depois, em Grabovac, ainda em território croata, decidimos fazer uma pausa para almoçar dentro da van.
Enquanto comíamos, percebemos que estávamos a poucos minutos de um dos lugares mais icônicos do país: o Parque Nacional de Plitvice. A comodidade de viajar com a nossa “casa sobre rodas” falou mais alto e resolvemos pernoitar ali mesmo, para visitar o parque no dia seguinte com calma e disposição.
Optamos pelo Camping Plitvice Smoljanac, que oferecia uma ótima estrutura: água, energia elétrica e espaço para casal, tudo por 60 euros.
Fomos muito bem recebidos pelo simpático atendente Sid, que logo nos contou ser natural da Bósnia-Herzegovina — uma coincidência interessante, já que seria o próximo país do nosso roteiro.
O deslumbrante Plitvice
16 de maio
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Ali, o Luis e eu percorremos, a pé, cerca de 9 km entre os famosos 16 lagos interligados por trilhas e passarelas de madeira.
A temperatura estava baixa, o que só tornava a paisagem ainda mais encantadora: um espetáculo de cachoeiras, cujas águas translúcidas despencavam sobre formações calcárias.
O que dá um toque único ao cenário são as chamadas "Tufas" — formações vegetais que criam barreiras naturais, moldando e transformando constantemente as quedas d’água.
A beleza ali é viva, mutante, esculpida pelo próprio tempo.
Rumo à Bósnia-Herzegovina
Por volta das 15h50, seguimos em direção à Bósnia-Herzegovina. Foram 67 km percorridos em cerca de 1h30, por estradas sinuosas, mas com a vantagem de sermos acompanhados pelo sol — aqui, o dia só termina depois das 21h.
Na fronteira entre Croácia e Bósnia-Herzegovina, tentei registrar o momento em vídeo, mas o guarda nos alertou de que era proibido filmar. Parei imediatamente — mas consegui gravar um pequeno trecho. Chegamos à Bósnia-Herzegovina pelo noroeste.
Já havíamos lido muitos relatos dizendo que este seria um dos países mais pobres da Europa, marcado pela lenta reconstrução pós-guerra — e, de fato, a impressão se confirmou. O país exibe sinais evidentes de pobreza, mas o que mais nos tocou foi a recepção calorosa e humana de todos os comerciantes. Sem dúvida, uma das maiores riquezas que encontramos nesta viagem.
Logo chegamos ao nosso próximo camping. O simpático senhor Šefik, dono do Camping Shefik, em Orasac, nos recebeu com entusiasmo e contou que éramos os primeiros brasileiros a se hospedarem ali. Apesar de não falar muito bem inglês, fez questão de nos servir uma cachaça forte, para espantar o frio. Segundo ele, era uma bebida à base de mel. Aproveitamos também para experimentar um mel 100% natural. A comunicação foi uma aventura à parte — recorrendo até à mímica!
Esse camping foi um achado: por apenas 15 euros, tivemos direito a energia elétrica, Wi-Fi e estacionamento — um preço bem mais acessível do que estávamos pagando até então.
O camping está localizado dentro da área do Parque Nacional do Una, uma verdadeira preciosidade cultural e natural.
Ali, conhecemos o polonês Denis, que se naturalizou alemão. Ele nos contou que estava vivendo um ano sabático com a família, viajando e colecionando histórias pelo mundo. Deixou até o contato do seu Instagram para seguirmos acompanhando suas aventuras.
Ainda ali, pelo valor de 9 euros por pessoa, o senhor Šefik nos preparou um delicioso peixe com batatas, muito bem temperado. A simpatia dele foi um prenúncio das boas surpresas que a Bósnia ainda nos reservava. Super recomendamos este camping!
No verão, a região oferece ainda mais: é possível visitar o Parque do Una e praticar atividades como trekking, rafting e outros esportes.
17 de maio
No dia seguinte, 17 de maio, colocamos novamente o pé na estrada, ou melhor, a van na estrada. Mais 110 km se somaram ao odômetro da nossa casa sobre rodas.
Passamos por Kijuc, Velecevo e, após 1h45 de viagem, chegamos a Jajce — uma cidade com mais de 3 mil anos de história. Tivemos sorte ainda que muita gente não conheceu a cidade, que já foi residência de reis medievais, governadores otomanos. Hoje é um destino turístico conhecido pelas suas belezas naturais e pela sua fortaleza medieval, mas muito longe de ser tumultuada de gente.
Foi lá que o Luis provou o famoso Cevapi — um pão sírio recheado com carne e cebola, típico da região. Eu, por minha vez, pedi uma saborosa piletina (frango grelhado).
Um detalhe curioso: as pessoas na Bósnia fumam bastante. Até mesmo a dona do restaurante onde almoçamos acendeu seu cigarro assim que terminou de nos atender.
O almoço ficou por 8,50 euros — um preço justo e bem mais barato do que na maioria dos países europeus.
Assim como em Jajce, em Sarajevo e muitas outras cidades bósnias, o pagamento só é aceito em dinheiro vivo. A dona de um comércio em Jajce nos explicou que o governo não permite que os comerciantes usem cartão de crédito.
Em Jajce, passeamos pelo charmoso centrinho e visitamos a Fortaleza de Jajce, pagando 5 euros o casal. O local está muito bem preservado, embora, curiosamente, ainda não tenha sido tombado pela Unesco — o que, de certa forma, consideramos positivo: o espaço estava tranquilo, pouco movimentado e livre do turismo massivo.
Na sequência, seguimos viagem, passando por inúmeros cemitérios e mesquitas, que compõem a paisagem típica do país.
Em termos culturais e históricos, a Bósnia e Herzegovina é fascinante: um verdadeiro ponto de encontro entre o Oriente e o Ocidente. Sua localização estratégica, entre a Europa Ocidental e Oriental, fez dela uma encruzilhada de civilizações e culturas ao longo dos séculos.
Politicamente, o país é composto por duas grandes regiões: a Bósnia, que ocupa a maior parte do território ao norte e centro, e a Herzegovina, ao sul. Não há, contudo, uma divisão administrativa formal entre elas.
A estrutura política é complexa: trata-se de um país federal, composto pela Federação da Bósnia e Herzegovina (onde vivem principalmente bósnios e croatas) e pela República Srpska (predominantemente sérvia).
A República Srpska, ao leste e norte, é majoritariamente ortodoxa, enquanto a Federação, no oeste e centro, abriga principalmente católicos e muçulmanos. Um exemplo claro dessa divisão é a cidade de Mostar, onde os muçulmanos ocupam a margem oriental do rio e os cristãos vivem na margem ocidental.
Seguimos passando por cidades como Donji Vakuf.
Foi também na Bósnia-Herzegovina que protagonizei uma cena marcante: comprei um terreno e, de quebra, levei um baita tombo ao atravessar a pista — fiquei com bons hematomas de lembrança!
O que mais nos chamou atenção, além da gentileza das pessoas, foi a ausência de muros nas casas, as ruas limpas e o alto nível de educação no trânsito.
Por aqui, pedestre na faixa tem prioridade absoluta — sem discussões.
Curiosamente, não vimos lombadas ou qualquer outro tipo de redutor de velocidade pelas estradas que cruzamos.
Já era quase noite quando chegamos ao Camping Bistrovo, onde fomos recebidos pelo atendente Smek — um loiro baixinho, muito simpático e brincalhão. Apenas pernoitamos ali, bem ao lado de um rio. O custo foi de 10 euros por pessoa, com tudo incluso. Smek e Anol até tiraram uma foto conosco para registrar o encontro.
No dia 18 de maio, às 10h40, partimos para Sarajevo — a cidade mais turística da Bósnia. Por sorte ou coincidência, fomos numa segunda-feira relativamente tranquila. Após 1h30 de estrada, chegamos.

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As marcas de projéteis nas construções da Bósnia |
Esses vestígios, hoje, também são usados como uma espécie de souvenir de memória. Ao explorar diversos pontos da cidade, percebemos que, na reconstrução, a população parece ter feito a escolha consciente de não apagar as cicatrizes, mas sim expô-las, para que as próximas gerações nunca esqueçam a tragédia que deixou cerca de 200 mil mortos.
A extinção da Iugoslávia, em 1991, acirrou tensões. O líder sérvio Slobodan Milosevic sonhava em reunir os sérvios dispersos numa Grande Sérvia. Em 1992, a Bósnia-Herzegovina proclamou sua independência, mas os sérvios — que ocupavam uma parte significativa do território — se uniram em resistência.
O conflito se prolongou até 1995, resultando em cerca de 2,5 milhões de refugiados.
Pelas ruas, visitamos várias lojas de artesanato, muitas delas comercializando itens feitos a partir de projéteis remanescentes da guerra da década de 1990. Passamos também pelos tradicionais mercadões e pela charmosa Ponte Latina.
Sarajevo é uma cidade onde a arquitetura reflete sua complexa e rica história: mesquitas otomanas, igrejas austro-húngaras e sinagogas convivem lado a lado, demonstrando a confluência de culturas e religiões.
A Bósnia e Herzegovina é um país predominantemente montanhoso, com a sua paisagem marcada por vales, montanhas e colinas.
Fomos recebidos pelo proprietário Vendran, Dona Fata e suas filhas, Aridajana e Lana. Eles foram um dos grandes destaques da nossa viagem: a simpatia, a postura empreendedora e o bom humor nos lembraram muito o jeito brasileiro de ser e de receber. Logo começamos uma conversa, com direito a um bate-papo e um café bósnio.
Eles fizeram questão de nos levar a vários pontos da cidade: mirantes incríveis, um pôr do sol inesquecível e até a parte sérvia do país. Ao final das verdadeiras aulas de gentileza, história, turismo, idiomas e acolhimento, a família ainda fez questão de nos pagar uma pizza, que, segundo o senhor Vendran, é “a melhor, a número 1 do mundo”.
19 de maio
No dia seguinte, 19 de maio, entregamos a eles o que podíamos como retribuição a tanto carinho: uma camiseta do Brasil.
Para nossa surpresa, eles ainda nos presentearam com uma caneca e um ímã.
Super recomendamos o espaço — já estou até seguindo a página no Instagram: https://www.instagram.com/apartmani_bungalow_lana/. Pagamos 15 euros pela instalação.
De volta à estrada, antes passamos no Mercator para fazer compras.
Em seguida, visitamos o local que sediou as Olimpíadas de Inverno de 1984, que continua funcionando com uma estrutura turística exemplar.
Partimos então para o próximo destino: Mostar, a 120 km. No caminho, paramos por uma hora para almoçar em Jablanica.
Seguimos por estradas sinuosas entre cânions que cercam o rio Neretva.
Em Mostar, passeamos pelo centro histórico e encontramos os primeiros brasileiros da viagem! Uma chuva nos pegou de surpresa, mas antes conseguimos visitar a famosa ponte, que data do século XVI — uma maravilha da arquitetura otomana, onde, há séculos, pessoas de todos os grupos étnicos se encontravam.
Ela foi destruída pela artilharia croata em 1993, mas, em 2004, foi reconstruída graças a um projeto liderado pelo Banco Mundial e pela UNESCO. Hoje, além de espetacular, a ponte sedia campeonatos de salto: atletas saltam 24 metros do alto arco para as águas frias do rio Neretva.
Saímos por volta das 19h rumo ao próximo camping.
Aqui abro um parêntese: um guardinha do trânsito veio enlouquecido cobrar estacionamento. Ninguém estava com o comprovante nos carros, então ficamos desconfiados. Ele viu que éramos brasileiros e comentou que conhecia "a fama dos brasileiros". Fica nossa recomendação: pare em um estacionamento pago próximo ao centro histórico.
Depois de mais 50 km rodados, chegamos ao Camping Kravica, dentro do parque nacional.
20 de maio
No dia 20 de maio, acordamos à beira da cachoeira. Que café da manhã especial! Fizemos uma caminhada até a beira da queda d’água. O Luis nadou — ou melhor, congelou!
As tufas de vegetação criam um efeito incrível na queda da cachoeira, de 25 metros de altura. Um quadro pintado em constante movimento.
Pagamos 15 euros pelo camping.
De volta à Croácia — segunda vez!
20 de maio
No dia 20, saímos do parque com os termômetros marcando 29 graus — as temperaturas mais altas da nossa viagem até aqui.
Na passagem da fronteira da Bósnia com o sul da Croácia, pediram nossa documentação, mas foi tudo tranquilo. Informamos que havíamos alugado o carro na Eslovênia.
Sem dúvidas, um dos cenários históricos mais impressionantes que já vimos na vida é esta cidade: Dubrovnik.
Apesar de levar o nome de “cidade”, ela parece tão nova, tão bem preservada, com um charme irresistível! Suas raízes remontam ao século VII, quando foi fundada por refugiados de Epidaurum. Posteriormente, entre os séculos XIV e XVI, tornou-se uma poderosa república marítima — a República de Ragusa — prosperando com o comércio no Mediterrâneo.
No século XX, Dubrovnik enfrentou desafios significativos, incluindo a Guerra de Independência da Croácia, em 1991, que causou danos severos à cidade. Esse passado é possível conferir logo na entrada, em um mapa que mostra as áreas atingidas pelos bombardeios.
Conhecida como a “Pérola do Adriático”, Dubrovnik também foi cenário de produções famosas, como a série Game of Thrones.
Por lá, o Luis experimentou uma carne e eu, claro, uma pizza.
O turismo ganhou ainda mais força com essa fama de cidade histórica e cinematográfica. Mas já avisamos: consideramos Dubrovnik a cidade mais cara da viagem! Só o estacionamento, por três horas, custou 30 euros. E a entrada no Museu Marítimo sai por 40 euros.
Optamos por passear pela Cidade Velha e admirar o quão preservadas estão as construções — um verdadeiro mergulho no passado!
O atendente, Steven, foi super atencioso e se divertiu tentando pronunciar o nome da nossa cidade natal:
Guaratinguetá. Imagine só a nossa dificuldade tentando falar qualquer nome croata! (rsrsrs)
21 de maio
No dia seguinte, 21 de maio, fizemos uma caminhada até a beira da praia. O mar estava gelado e o vento, fortíssimo!
Com a casa arrumada, seguimos viagem rumo a outra cidade histórica: Split.
Saímos por volta das 11h24, com destino ao famoso Palácio de Diocleciano. Este foi, até então, o dia em que mais andamos de carro: 190 km!
Neste trecho também abastecemos: 64 litros, a 82 euros.
No caminho, fizemos uma pausa para almoçar em um mirante próximo a Gradac, passando pelo litoral e apreciando a vista.
Em Split, conseguimos estacionar bem em frente ao Palácio. A cidade oferece várias opções de estacionamento, mas já avisamos: cobram por hora e não é barato. Como a van é um pouco maior, priorizamos vagas mais amplas e seguras — como as que encontramos neste local.
Embarcamos então numa viagem pelo tempo, rumo a um castelo romano.
Split é a segunda maior cidade da Croácia e um dos destinos turísticos mais populares do país. Com mais de 200 mil habitantes, é o centro nevrálgico da Dalmácia e parada obrigatória para os cruzeiros que cruzam o Mar Adriático.
Um fato curioso: foi aqui que, em 305 d.C., o imperador romano Diocleciano decidiu construir sua residência de aposentadoria.
A obra foi erguida entre o final do século III e o início do IV d.C., e hoje é uma das ruínas romanas mais importantes do mundo.
A arquitetura do Palácio de Diocleciano revela uma mistura fascinante de influências romanas, gregas e bizantinas, com elementos como pátios, peristilo, colunas, arcos e intricadas esculturas em pedra.
Ainda na Croácia, no camping Šibenik, nos instalamos — ou melhor, admiramos! O maior dos campings que já ficamos. A atendente nos disse que o Camping estava em obra para o verão e que daria desconto na hospedagem de 10 euros. Ela também disse que, pelo que se lembrava, éramos os primeiros brasileiros que haviam estado no local.
Foi uma parada rápida e uma noite bem dormida. A casa ficou do lado do mar. Que privilégio.
De volta à Eslovênia — pela segunda vez!
Depois da imponente Croácia, retornamos à simpática Eslovênia.
Neste dia 22 de maio, por volta das 13h, pegamos a estrada de volta a este pequeno país, menor até que o menor estado Brasileiro, Sergipe. Rumo a Postojna, para ver de perto as famosas cavernas.
No caminho, fizemos uma parada em uma ponte com uma vista vislumbrante.
Depois, em Kapetanija para um sorvete. Mais uma vez, observamos o que já se tornou um padrão para nós: muitas famílias acompanhadas de seus cachorros, sejam moradores locais ou viajantes em motorhomes, como nós.
Este dia bateu o recorde de quilômetros percorridos na viagem: no total, 390 km!
Com isso, chegamos já à noite, por volta das 23h. Tentamos um camping, depois até cogitamos parar em um posto, mas todas as tentativas foram frustradas. Pesquisamos e descobrimos que o próprio Parque de Postojna oferece estacionamento, com estrutura completa: energia elétrica, ponto para reabastecer água e também para descarte da água suja — ou seja, toda a manutenção necessária da nossa casa sobre rodas.
O custo-benefício foi excelente! Ficamos quase 24 horas ali, pagando apenas 15 euros.
Deixamos AQUI o endereço para quem quiser incluir esse ponto no roteiro. Sejam viajando de carro ou motorhome, o local oferece uma estrutura impecável. E mais: segurança na Eslovênia não será uma preocupação.
23 de maio
No dia 23 de maio, amanhecemos com chuva, mas nada muito intenso. Logo o tempo melhorou, embora o frio persistisse. Dentro da caverna, a administração avisou que os termômetros marcavam 10°C — mas, sinceramente, parecia bem menos, principalmente nos corredores onde o vento soprava forte!
A Caverna de Postojna é famosa por suas impressionantes formações de estalactites e estalagmites, esculpidas ao longo de milhões de anos. É de encher os olhos!
O ingresso custa 32 euros e inclui um passeio de trenzinho por 3,5 km, seguido de uma caminhada de 1,5 km, sempre acompanhado por um guia que conta, em detalhes, a história do local, que remonta a mais de 2 milhões de anos.
Essa verdadeira cápsula do tempo geológica também abriga o Proteus anguinus, conhecido como “peixe humano”, uma espécie rara de salamandra totalmente adaptada à vida na escuridão.
Saiba mais sobre a caverna- AQUI
Isso sem contar a economia com hospedagem. Em uma rápida pesquisa pelos países que visitamos, constatamos que as diárias variavam de 50 euros — o mais barato, na Croácia — a €336,86, o valor mais alto, na Áustria, por exemplo. Basta considerar que o nosso enfraquecido real está cerca de sete vezes mais desvalorizado que o euro e três vezes mais fraco que o marco conversível (KM- BAM) da Bósnia. Apenas na Turquia a diferença era menos impactante: 100 liras turcas equivalem a aproximadamente R$15,00.
Ainda na Eslovênia...
Logo após as cavernas de Postojna, seguimos para visitar outro cartão-postal da Eslovênia: o Castelo de Predjama.
De estilo renascentista, o castelo foi construído na boca de uma caverna, no centro-sul do país, na região histórica da Carníola Interior. Fica na pequena povoação de Predjama, a cerca de 11 km de Postojna e a apenas 9 km da própria gruta.
O visitante pode chegar bem próximo da entrada do castelo, sem a necessidade de pagar ingresso — e foi exatamente o que fizemos!
O castelo foi reconstruído duas vezes, após o cerco e a destruição da sua versão original, sendo uma delas motivada por um terremoto, no início do século XVI. Em 1567, o arquiduque Carlos da Áustria arrendou a propriedade ao barão Philipp von Cobenzl, que a pagou após 20 anos. Finalmente, em 1570, o atual castelo foi erguido em estilo renascentista, encostado a um penhasco vertical, bem sob a antiga fortificação medieval.
Desde então, o castelo manteve-se praticamente inalterado até os dias de hoje.
Já que demos um pulinho na antiga propriedade do Barão, aproveitamos para experimentar a Gibanica — uma deliciosa torta de maçã.
Famosa Gibanica (se lê "Guibanica)
Restaurante próximo ao acesso ao castelo, com preços acessíveis
Partiu Itália… ou melhor: Giro d’Italia!
Ainda no dia 23 de maio, saímos de Predjama rumo a Trieste, na Itália. Foram apenas 45 km — bem rapidinho! — e chegamos às 16h50.
Havíamos estado lá pela primeira vez em 2018. Que prazer voltar à terra do tradicional Gelato, desta vez por um motivo tão nobre quanto: assistir a uma etapa do Giro d’Italia, em Nova Gorica-Gorizia!
Vale destacar, a título de informação, que o turista não é abordado na fronteira entre a Eslovênia e a Itália. No dia em que passamos, havia um controle policial, mas ninguém estava sendo parado ou revistado.
Informações Extras – Preços do Combustível
Como curiosidade e também para ajudar quem pretende colocar o pé na estrada por essas bandas, anotamos os preços do diesel em cada país por onde passamos:
- Croácia: 1,28 euro/litro
- Bósnia: 2,28 euros/litro
- Eslovênia: 1,41 euro/litro
- Itália: 1,61 euro/litro
- Turquia: 1,00 euro/litro
Diferenças significativas que influenciam no planejamento financeiro, principalmente para quem viaja de motorhome!
Chegada a Trieste, Itália
E foi exatamente o que fizemos: uma caminhada pela beira do mar, um tradicional gelato e uma visita rápida ao centro histórico. Trieste é charmosa e cheia de vida, mesmo quando estamos só de passagem.
A foto mostra o teatro romano, em Trieste.
Trilha até o Palácio de Duino
No dia seguinte, acordamos cedo e aproveitamos uma das trilhas que saem do próprio camping até o Palácio de Duino.
A trilha contorna o mar, mas se desenvolve no alto de um cânion, proporcionando vistas incríveis. Ao lado, Camping tinha até caixa eletrônico.
A cada parada em um mirante, aquele suspiro: como a natureza italiana sabe ser generosa!
Giro D´Itália: Experiência ao vivo!
Ainda no dia 23 de maio, seguimos para Gorizia, a apenas 30 minutos de estrada. Nossa motivação? Assistir à chegada de uma das etapas do Giro d’Italia, um dos maiores eventos de ciclismo do mundo.
E que espetáculo!
Naquele dia, não houve sprint final: o dinamarquês Kasper Asgreen (da equipe EF Education-EasyPost) venceu a 14ª etapa.
O trajeto? 195 km, entre Treviso e Nova Gorica (Itália), completados em 4h04min40s — média impressionante de 47,8 km/h.
Para coroar, a tradicional Esquadrilha da Fumaça italiana coloriu o céu. Um momento inesquecível!
Além disso, o Luis ainda deu entrevista para o canal local In Trieste:
Claro, mais um gelato para comemorar em Nova Gorica, e seguimos viagem.
Rumo a Gemona: Camping Aipi Oppi
Depois de 1h30 de estrada, chegamos ao Camping Ai Pioppi, em Trasaghis, Gemona. Vale destacar que tivemos o contratempo de encontrar dois campings que havíamos pesquisado na internet já desativados. Por sorte, acabamos descobrindo o Ai Pioppi.
Mais uma vez, o Wi-Fi deixou a desejar — um padrão em muitos campings —, mas a recepção foi ótima.
Zoncolan: Um ícone do ciclismo
No dia seguinte, 24 de maio, o céu amanheceu azul — aquele típico “céu de brigadeiro” — e partimos rumo ao Zoncolan. Após 50 km, estávamos no topo de uma das montanhas mais icônicas do ciclismo mundial.
Com seus 1.750 metros de altimetria, o Zoncolan é famoso pelas rampas desafiadoras, que chegam a 22% de inclinação. A estrada é estreita, com poucas curvas e longos trechos retos que parecem não ter fim.
Subimos de motorhome, mas encontramos pelo caminho a ciclista italiana Eugênia, que encarava o Zoncolan na força da bike. Vibramos com ela na chegada, após 1h20 de subida!
Essas duas últimas cenas acima (veículo e criança) resumem bem o espírito do motorhome: as pessoas levam consigo não só o abrigo, mas também os seus prazeres — bicicletas, motos, caiaques e até stand-up paddles. E não importa a idade da criança ou a quantidade de cachorros, elas SÓ VÃO!
Rumo à Áustria: Plockenpass e o início dos Alpes
Seguindo nossa rota, deixamos o Zoncolan e partimos para a Áustria, rumo ao Parque Nacional Hohe Tauern. Foram 109 km, cruzando a espetacular estrada do Plöckenpass — simplesmente inesquecível!
Dica do pedágio na Áustria
Importante: na Áustria não há pedágios tradicionais, como na Itália, mas é obrigatório adquirir uma vinheta (adesivo ou bilhete) para circular legalmente.
Logo após a fronteira, perguntamos num posto e a senhora nos informou que, 50 km à frente, encontraríamos o ponto de venda. Por sorte, achamos bem antes, num posto de conveniência.
Compramos a vinheta válida por 10 dias, ao custo de 12 euros. O preço para menos dias não compensava, então fomos no pacote mais conveniente.
Nome do bilhete de pedágio na Áustria
Heiligenblut e o Camping Fleissner -Alm Casino
Chegamos ao Camping Fleissner/Alm Casino, em Heiligenblut, às 19h. Frio cortante! A diária: 47 euros. Fomos recebidos pelo simpático senhor Joseph, que puxou papo e contou sua ligação com o Brasil — trabalho, memórias do Ayrton Senna, samba, Rio de Janeiro. Até o Eike Batista entrou na conversa!
Parque Nacional Hohe Tauern: Entrada nos Alpes -DIA DE GELO
26 de maio
No dia 26 de maio, acordamos animados para explorar o Parque Nacional Hohe Tauern. Por ali, o visitante pode fazer diversas trilhas gratuitamente — contamos pelo menos 24 trilhas de bike nos folders informativos!
Mas, para acessar com carro, atenção: pagamos 45 euros.
Pesquisamos bastante e descobrimos que o ponto mais alto da Áustria está ali: o Grossglockner, com 3.798 metros. E o avistamos ao longe, imponente!
Fizemos uma caminhada tranquila pela beira do rio, vimos as famosas marmotas e o maior glaciar da Áustria — um espetáculo gelado!
Após 2 horas de estrada e uma parada estratégica no mercado para comprar 6 tomates e uma alface (4 euros!), chegamos às 17h20 ao Camping Wieshof, em St. Johann.
Fizemos uma caminhada rápida pela cidade, mas o comércio já estava fechado — tudo encerra às 18h.
Parque das Cachoeiras de Liechtenstein
27 de maio
Na manhã de 27 de maio, seguimos para o Parque das Cachoeiras de Liechtenstein. Continuamos hospedados no Camping Wieshof, por 50 euros a diária.
Ali, a simpática atendente nos contou sobre uma peculiaridade cultural: na Áustria, o idioma oficial é o alemão, mas falam um dialeto local bastante característico, que dá ainda mais charme à comunicação.
E, claro, não poderia faltar um dos “costumes” austríacos: ao ligarmos o rádio da van, adivinha o que tocava? Música clássica! Não tem como não se sentir num filme europeu.
Estrutura dos campings na Europa
Os campings por onde passamos oferecem uma infraestrutura impressionante: restaurantes, piscina, SPA, caixa eletrônico, banheiros com secadores, aquecedores, lavanderia, playground, academia, salão de jogos, padaria, mercadinho e até sorveteria.
Essa foi nossa última parada na Áustria, um país que preserva com orgulho suas tradições mais conservadoras, perceptíveis na arquitetura das casas, nas vestimentas típicas e na discreta cordialidade de seu povo.
27 de maio
No dia 27 de maio, seguimos em direção a Klagenfurt, mas antes fizemos uma pausa para mais um gelato — desta vez, em Moosburg. Na praça central, nos deparamos com totens dedicados a escritores e filósofos, entre eles, Sêneca, um reflexo da valorização da cultura e do intelecto pelos austríacos.
Às 18h, chegamos ao camping de Klagenfurt. E ali vimos novamente o que se repete em muitos campings europeus, como nas três experiências que já vivemos até então: com a chegada das estações mais quentes, muitos transformam esses espaços em verdadeiros lares sazonais. É comum encontrar casais mais velhos passando temporadas inteiras, com seus motorhomes cercados de mesas, lonas, tapetes e até plantas, compondo uma área gourmet tão acolhedora quanto fixa.
28 de maio
No dia 28 de maio, acordamos animados com um objetivo: experimentar o trem-bala pela primeira vez, com ingressos anunciados a partir de 15 euros, no trecho de Klagenfurt até Graz. Após 30 minutos de ônibus pela cidade — que cobra 2,50 euros por hora —, encaramos a realidade das férias, que também incluem frustrações: para conseguir o bilhete promocional, deveríamos ter comprado com bastante antecedência. No dia, o valor era exorbitante. A ida e volta para duas pessoas custaria em torno de 800 reais! Decidimos deixar a experiência para outra ocasião.
Reflexão
Apesar da avalanche de informações e estímulos que essas viagens nos proporcionam, buscamos sempre o silêncio e o reencontro com nós mesmos. É nesse espaço de introspecção que conseguimos perceber nossa insignificância diante da imensidão do mundo — e, paradoxalmente, é nesse instante que nos tornamos grandes em essência e plenamente conscientes de nossa pequenez.
Pessoas de todas as idades, inclusive com dificuldades de locomoção ou deficiências físicas, não medem esforços para explorar e experimentar as cores, os aromas e os sabores que o mundo oferece. É inspirador.
De volta à Eslovênia — pela terceira vez!
De Klagenfurt partimos rumo a Bled. Foram 1h20 de estrada até chegarmos a essa cidade que, até então, imaginávamos bucólica. Ledo engano! O turismo explodiu em Bled a tal ponto que, no primeiro camping que procuramos, não havia sequer uma vaga.
A travessia da fronteira entre Áustria e Eslovênia foi tranquila, como da vez anterior: após cerca de meia hora de viagem, por volta das 12h20 de 28 de maio, estávamos novamente em solo esloveno. Um túnel conecta os dois países e, assim como na entrada, não houve qualquer fiscalização.
Em Bled, indicamos um estacionamento bem localizado, no final da avenida do lago, ao custo de 4 euros por hora. O tradicional passeio de barco até a famosa ilha custa 20 euros por hora. Graças às remadas vigorosas do Luis, chegamos à ilha de Bled em apenas 10 minutos. Lá, fiz uma rápida visita à loja de artesanato e, pela parte externa, apreciei a Igreja da Assunção de Maria.
De volta ao continente, exploramos mais um pouco a cidade. Descobrimos que Bled também oferece opções de estacionamento público gratuito, mas com limitação de tempo: até uma hora sem cobrança; após esse período, paga-se 3 euros por hora.
Seguimos então para o River Camping Bled, na cidade vizinha de Lesce. E que sorte não termos conseguido vaga no primeiro camping! Este foi um verdadeiro espetáculo: à beira do rio Sava, em um ambiente que nos conquistou tanto que decidimos passar dois dias seguidos por ali, descansando — ou quase isso, já que para nós férias são, na verdade, uma oportunidade de nos cansarmos ainda mais (rs). Caminhamos muito, tanto no dia 28 quanto no 29.
30 de maio
No dia 30 de maio, despertamos às 7h e, por volta das 9h40, deixamos o camping, rumo a Šenčur, para entregar nossa casa sobre rodas. Éramos apenas a segunda família a alugar aquela van. Na devolução, conhecemos um casal de brasileiros, residentes em Dubai, que também haviam alugado um motorhome para rodar por uma semana na Eslovênia.
Entre vinhos, pães e muitos quilômetros percorridos, fomos acumulando ainda mais memórias.
Na nossa primeira experiência viajando de motorhome, rodamos ao todo 2.600 km, cruzando cinco países e adicionando novos marcos ao nosso mapa da vida. E calma: ainda não acabou!
Agora a pé, com as próprias pernas
Depois de entregarmos nossa casa itinerante, seguimos para um hostel próximo a Liubliana e ao aeroporto, na pequena cidade de Cerklje na Gorenjskem, com pouco mais de 1.700 habitantes. Lá, nos acomodamos por duas noites.
No dia 30 de maio, fomos até o centro de Liubliana, onde conhecemos a icônica Ponte Tripla, o Castelo de Liubliana, exploramos o artesanato local e, claro, nos deliciamos com mais um gelato (kkkk).
Também experimentamos a famosa Juvka Mešani (ACESSE O VÍDEO) — uma espécie de pão sírio recheado com carne ou frango, repolho, tomate, cebola, ketchup e maionese. Tem o tamanho de uma pizza, mas é enrolado como um wrap gigante. Luis e eu dividimos um. O preço varia entre 4,50 e 6 euros.
De volta ao hostel, optamos por uma refeição leve. Gostamos muito da pegada dos hostels: o convívio com outras pessoas nas cozinhas e áreas comuns, além da possibilidade de aproveitar alimentos que outros viajantes deixaram para quem pudesse usar. No nosso caso, deixamos uma boa quantidade de pó de café e, em contrapartida, utilizamos um pouco de arroz e cenoura para preparar um almoço especial.
Para quem ainda não conhece Liubliana, vale muito a pena dar um pulinho!
No dia 31, seguimos até o sopé de Storžič (e não "Steranja Gorja", como pensávamos inicialmente). A ideia era subir de lift, mas, infelizmente, o teleférico não estava em funcionamento. Sem desanimar, caminhamos ainda mais... cerca de 14 km!
Viramos o mês: já é junho!
No dia 1º, pagamos pelo transfer para que o dono da pousada nos levasse até o Aeroporto de Liubliana. O voo foi tranquilo, com duração de duas horas, e, assim, chegamos à vibrante Turquia.
Turquia – Istambul Tour
Voo tranquilo de duas horas e desembarcamos na Turquia, onde iniciamos, no dia 2 de junho, nosso tão esperado Istambul Tour. A cidade já nos recebeu com aquela mistura vibrante de sons, aromas e cores que a tornam uma das mais fascinantes do mundo.
Nossa primeira parada foi na imponente Mesquita Azul (Sultanahmet Camii), com seus seis minaretes que riscam o céu e um interior revestido por mais de 20 mil azulejos de cerâmica, em tons predominantemente azulados. O silêncio respeitoso, misturado ao clique das câmeras, fazia parte da atmosfera.
Para adentrar o local, mulheres precisam colocar o lenço na cabeça, todos precisam tirar seus sapatos. E se, homem ou mulher, estiverem trajando saias ou bermudas, devem emprestar uma espécie de saiote na entrada da mesquita. Tudo é gratuito.
Seguimos então para a icônica Hagia Sophia (Ayasofya), que desde 2020 voltou a ser mesquita, mas mantém sua grandiosidade milenar: já foi igreja, mesquita, museu... e agora mesquita novamente.
Na sequência, conhecemos o Hipódromo de Constantinopla, atualmente conhecido como Praça Sultanahmet, onde estão preservados monumentos históricos como o Obelisco de Teodósio — trazido diretamente do Egito há mais de 1500 anos — e a Coluna Serpentina, um artefato ainda mais antigo, do século V a.C., originário de Delfos, na Grécia. Ver essas estruturas, tão antigas e resistentes, nos fez refletir sobre o tempo e os ciclos humanos.
Como não poderia faltar, atravessamos o movimentado Grande Bazar (Kapalıçarşı). O local é um labirinto fascinante com mais de 4 mil lojas — desde tapetes e joias até temperos e cerâmicas. Aqui, mais do que comprar, vale se perder e absorver o clima frenético e, ao mesmo tempo, acolhedor.
Istambul é a força das cidades que são ponte entre mundos: Ásia e Europa, cristianismo e islamismo, passado e presente, tradição e modernidade.
REFLEXÃO: mais que quilômetros, memórias na bagagem da alma
Mais do que os 2.600 quilômetros rodados, os seis países visitados ou as horas acumuladas na estrada, o que realmente carregamos conosco são as memórias que agora habitam nossa bagagem mais preciosa: a da alma.
Cada paisagem, cada encontro, cada dificuldade superada e cada pequena descoberta foram tecidos nesse percurso, transformando nossa experiência em algo que vai muito além de deslocamentos geográficos. São aprendizados sobre nós mesmos, sobre a forma como encaramos o mundo, sobre a beleza da diversidade e a importância do tempo dedicado a simplesmente estar, observar e sentir.
Voltamos com a certeza de que viajar não é apenas mudar de lugar, mas ampliar horizontes internos. E que, a cada nova jornada, somos menos turistas e mais viajantes — colecionadores de histórias, emoções e vínculos.
A estrada termina, mas o que ela nos deixou continua ecoando, firme, dentro de nós.
Foram 28 mil kms no céu ✈️
6 países na construção da vida 🌍
Foram 2600 mil kms de motorhome🚐
E 20 dias de caminhada registradas no strava 🚶♂️ e 🚶♀️
Se só se leva do vida o que se vive, quero começar a viver o que quero levar- Gabriel Garcia Marques.