quarta-feira, 30 de junho de 2021

Ouvir ou falar!

Temos dois ouvidos e uma boca! 

Assim diz uma expressão popular, na qual se observa uma sabedoria sem igual. Nos faz lembrar que, ao observar nosso corpo, podemos compreender que ouvir é o mais importante. 

Permita-nos recorrer a outra expressão popular.

O papagaio que vale mais é aquele que observa.

Será que estamos ouvindo ou escutando melhor? Assim como falar pode ser considerada uma arte, o escutar é uma condição que exige de nós ainda mais técnicas do que o comunicar.



Somos uma sociedade formada por indivíduos que, em sua maioria, ama falar, se posicionar e defender seus ideais. Mas será que escutamos? Será que estamos atentos aos outros? Se observarmos os últimos tempos, acho que os pontos associados à audição deixaram de existir.


Ansiedade, arrogância, intolerância, carência são inúmeros os sentimentos que permeiam essa condição de mundo.


Afinal, desde a história antiga, nós nos gabamos e salientamos os grandes oradores. E quase nunca os observadores. 

Ser ativo = fala; 

Ser passivo = escuta.


Também nos gabamos que o ser humano é a única espécie que produz conteúdo sobre si mesmo. Mas esse conteúdo é também construído, em grande parte, pela observação dos fatos.


Tesla observou e criou; Darwin observou e criou. Inúmeros cientistas atuais também observam e criam.


A linguagem, mais do que as palavras, expressa sentimentos, e, por isso, deve ser percebida com atenção. Pois, além do dito, existe o não dito (sentimento, expressão etc) ouvidos e olhos atentos perceberão.


Escutar, acolher, estar para o outro. 


A arte de observar nos ensina a mansidão da vida. Mostra que o silêncio não é apatia e que, de fato, o ouvir é aceitar o próximo em sua integridade.


Em tempos de tanta intolerância, aproveitamos para dizer que ouvir uma opinião diferente é praticar além do observar, é também nos abrirmos à existência de uma visão muito diferente da nossa. Nem que seja pra dizer – Isso não serve pra mim.


No fundo, vamos perceber que vivemos os mesmos problemas, que lutamos pelos mesmos ideais e que possuímos soluções distintas que juntas podem fazer a diferença.


Não podemos esquecer:


Dialogar é falar, mas também ouvir!


Realmente escutar o que o outro diz.


Aqui vos fala dois seres que seguem dialogando um com o outro. Aprendendendo e desaprendendo.



‌Até a próxima.





segunda-feira, 7 de junho de 2021

Mulheres, sempre presentes!


E, agora, com a possibilidade de serem livres.



A atualidade tem garantido espaços e condições às mulheres que antes só eram “pertencentes” aos homens.

Quando as mulheres, porventura, desempenhavam alguns dos papéis masculinos, era simplesmente por necessidade cotidiana e, ainda assim, “invadindo” minimamente o “mundo” que não era delas. 

Os séculos passados impediam as mulheres de serem aquilo que elas queriam, já que os homens ditavam como elas deveriam ser, sentir, comportar-se. Até mesmo seu sorriso era algo controlado pela sociedade. Sem possibilidades de serem humanas, viviam presas às condições impostas pelo masculino.

A mãe, sempre comparada à Nossa Senhora, tinha que buscar, da forma que era possível, sempre parecer a Virgem Maria.

Foto: à esquerda, Maria Augusta de Oliveira (1879). À direita – banco de imagens do CANVA (atual)

Muitas mulheres tiveram que agir, conforme as exigências da sociedade de seu tempo. Porém, mulheres como Maria Joaquina de Almeida, viúva fazendeira, ao se perceber obrigada a assumir o papel de mando, mantinha a fisionomia das regras da época, usando luto por toda a vida, após a morte do marido, e não fugindo das regras de convivência social do seu tempo, mas exercendo com maestria a administração das fazendas e dos negócios do café.

Sua vida foi pontuada pela imposição e        superação do papel tradicionalmente reservado às mulheres na estrutura social e econômica da época, principalmente durante o período de viuvez, deixando transparecer a delicada trama do tecido conjuntural no qual viveu. [...] (ALMEIDA. D. A. Maria Joaquina de Almeida: a Senhora do Café. Cachoeira Paulista, SP: MTB, 2016).

Novamente, ao observarmos o passado, vemos as mulheres, no século XVII, no Brasil.  Dona Mariana de Souza Guerra e Dona Ana Pimentel (Capitãs Donatárias das Capitanias de Itanhaém e de São Paulo), responsáveis por processos de colonização. Caso curioso, porém comum. Situação que demonstra que, sempre que necessário, as mulheres assumiam posições importantes em cada tempo. Acreditem, se fôssemos citar cada uma delas, sem dúvidas, mil páginas seriam pouco para retratá-las.

O tempo passou e, dia após dia, as mulheres foram conquistando seu lugar. Ainda estamos longe do ideal, porém caminhando. Neste ponto, temos algumas perguntas que devemos fazer, de forma a manter as mulheres em um caminho de liberdade, no qual as posições já não as façam reféns de ideias, que não respeitam sua maneira de se sentirem integrais.  

O que é ser mulher no século XXI? Uma pergunta simples com uma resposta complexa. Ainda mais se pensarmos que as mulheres podem ser tudo o que elas quiserem, desejarem ou sonharem. Não há mais limites legais, como até pouco tempo observamos.

A questão é: quando vão realmente permitir que a mulher seja mulher no mundo do trabalho? Afinal, nosso mundo ainda é pensado para os homens, espaço em que a maioria das questões compreende os aspectos biológicos masculinos, e o feminino é obrigado a se adaptar a eles ou deixá-los. 


Como podemos mudar essa condição? 

Simples! A exemplo dos homens, as mulheres precisam de representação. Uma mulher pode compreender melhor na pele o que outra mulher pode precisar e sentir.

Ao mesmo tempo, percebemos o nascer de certos discursos que querem impedir a mulher de escolher, os quais, disfarçados de defesa, têm como intuito obrigar as mulheres a uma falsa “liberdade”. Contexto este em que elas acabam vítimas de um discurso. 

Basta observar algumas mulheres em diferentes papéis, que, mesmo se vendo obrigadas a agir como homens, desempenham com maestria sua função e garantem um toque típico do feminino.

Existe uma infinidade no “ser” mulher, nas formas do feminino. Tomamos a liberdade de pensar em três possibilidades distintas de mulheres, para ilustrar possibilidades deste vasto mundo que o feminino pode ocupar, e a partir destes exemplos, podemos pensar em muitas outras formas de ser. 

Mulher 1: adora o brilho, o conforto, o dourado. Aprecia a sofisticação, coisas e situações que lhe tragam conforto e beleza.

Mulher 2: querida, carinhosa, preocupada com todos ao seu redor e que se destaca pelos seus dotes culinários e cuidado na alimentação das pessoas que ama. Costuma ser extrovertida e assumir a liderança da casa. É muito respeitada pela sua sabedoria e pelo seu comando.

Mulher 3: sempre ativa e, no farol, mantém os desafios. Adora criar, não fica parada e sempre está em busca do seu objetivo, com muito foco. Inteligente, altruísta e vaidosa. De presença marcante, está sempre disposta a agir e assumir o controle das coisas.

Você, mulher, se viu em algum desses perfis? Reconheceu a mãe, a amiga, a irmã em algum estereótipo? 

Aqui, baseamo-nos em características de alguns arquétipos, melhor compreendidos pela psicologia, como forma de dizer que há muita riqueza intelectual, espiritual e física em cada mulher. Não importa que seja a Afrodite, a Deméter ou a Atenas. Não importa que hoje elas se trajem de Priscilas, Pietras e Marias. Nem que sejam Paulas, Antonietas e Elizetes.

Todas elas, sem distinção, têm no íntimo biológico algo que as diferencia e que as faz seres únicos. Cada uma leva consigo a maternidade manifestada de diversas maneiras. Seja no gerir um ser, seja no cuidar de um cão, gato e até de um lar de idosos. Seja na forma como cuidam do mundo onde estão. No fundo, elas só desejam caminhar livres para pensar, executar e ser.

Longe de ser um discurso feminista. Até porque aqui lhes falam uma jornalista totalmente "livre" desse conceito e mais atrelada à visão dos dois mundos (masculino e feminino) e um historiador, escritor, estudioso de gênero e admirador do feminino.

Ambos pensam que as vitórias dos gêneros devem ser comemoradas aos mesmos moldes. E o eco para o feminino vai ser menor, pois o megafone mais potente ainda está nas mãos do homem. Muitas vezes, o equipamento nem funciona, mas faz um barulho (rsrsrs).

Comemore a vitória do outro, comemore a conquista delas e deles. E saiba que cada um contribui com sua particularidade e peculiaridade na construção do mundo e das histórias.


Até a próxima.

Que prazer ter você AQUI!




A carta

Era para ser só uma carta. Mas cada linha escrita traz a intensidade dos pensamentos de um pai, que se viu num acontecimento divisor de ág...